CSN Mineração tem recorde de produção e segundo maior volume de vendas da história
A CSN Mineração divulgou os números de desempenho no segundo trimestre do ano. No período, o Capex atingiu R$ 500,0 milhões, o que representa um aumento de 32,6% em relação ao trimestre anterior, como resultado do avanço nos projetos de expansão, principalmente os relacionados às obras de infraestrutura da P15.
O 2T25 apresentou um aumento no volume de oferta de minério de ferro, seguindo a sazonalidade favorável do período com menor incidência de chuvas no Brasil e fim da temporada de tufões na Austrália, além de ser um período com altos volumes de embarques pelas mineradoras australianas com o fechamento do seu ano fiscal.
Adicionalmente, vale mencionar que apesar do aumento no volume exportado pelo Brasil, os estoques do minério de ferro brasileiro nos portos chineses ficaram abaixo do mesmo período do ano anterior, o que mostra a sólida demanda das siderúrgicas chinesas e a resiliência da economia local. Não obstante, o 2T25 também foi marcado por intensa volatilidade nos preços devido à escalada de conflitos geopolíticos e anúncios de tarifas adicionais de importação pelo governo dos Estados Unidos, mas parcialmente atenuadas por negociações com o governo chinês no final de junho. Neste contexto, o minério de ferro apresentou uma cotação média de US$ 97,76/dmt (Platts, Fe62%, N. China) no 2T25, 5,7% abaixo do observado no 1T25 (US$ 103,64/dmt) e 12,6% inferior ao registrado no 2T24 (US$ 111,82/dmt).
Em relação ao frete marítimo, a rota BCI-C3 (Tubarão-Qingdao) registrou uma média de US$ 20,85/t no 2T25 (versus US$ 19,45/t no 1T25), o que representa um aumento de 7,2% no período. O maior volume de commodities embarcadas foi o principal fator para o aumento dos custos, principalmente após o restabelecimento do fluxo australiano que havia sido prejudicado pelas condições climáticas do trimestre anterior. No entanto, o menor volume de carvão, bloqueios à algumas mineradoras africanas e acidente em um porto do Peru liberaram mais navios para o mercado spot, limitando a escalada do custo C3. Além disso, mais contratos de afretamento (COAs) foram fechados, mantendo a estratégia de reduzir a exposição da companhia à volatilidade do mercado.
A Produção de Minério de Ferro (incluindo compras de terceiros) atingiu o volume de 11.591 mil toneladas no 2T25, o que representa um novo recorde histórico para a Companhia e corresponde a um crescimento trimestral de 13,6% ou 11,3% quando comparado ao mesmo período de 2024. Esse excelente resultado reflete não apenas o período mais seco característico do trimestre, mas também toda a eficiência operacional que a Companhia tem conseguido atingir ao longo dos últimos meses na mina e em toda a cadeia logística. Ao encerrar o primeiro semestre com aproximadamente 21,8 milhões de toneladas produzidas, a Companhia segue bem-posicionada para atingir seu guidance de produção e compras para o ano, estipulado em um intervalo de 42-43,5 Mton.
O Volume de Vendas, por sua vez, atingiu 11.833 mil toneladas no 2T25, ficando 22,7% acima do volume verificado no primeiro trimestre de 2025, o que está em linha com a sazonalidade esperada e com a excelência operacional verificada no período. Mesmo na comparação com o 2T24, percebe-se um crescimento de 9,6% no volume de vendas, como consequência de um maior volume de compras e uma maior otimização da logística.
Vale destacar também que o total de vendas registrado no 2T25 foi o segundo maior já registrado na história da companhia, com um volume marginalmente abaixo do recorde verificado no 3T24, o que mostra que a operação tem rodado em um nível de eficiência extraordinário e perto do limite da sua capacidade.
Receita
A Receita Líquida Ajustada no 2T25 totalizou R$ 3.406,2 milhões, um desempenho estável quando comparado com o trimestre anterior, com o aumento de volume sendo compensado por preços mais baixos verificados no período. Porém, quando comparado com o 2T24, a receita líquida foi 2,5% superior, mesmo com um preço 13,0% abaixo, o que evidencia a melhora operacional registrada no período. Já a Receita Líquida Unitária foi de US$ 51,9 por tonelada no 2T25, um patamar 16,2% e 11,5% abaixo dos registrados no 1T25 e 2T24, respectivamente, refletindo a queda do preço do minério e o impacto negativo gerado pelo preço provisório, em razão do temor de uma desaceleração mais forte por parte da demanda chinesa e todos os efeitos das tensões tarifárias.
Por sua vez, o Custo do Produto Vendido foi de R$ 2.377,9 milhões no 2T25, um crescimento de 6,3% frente ao trimestre anterior, como reflexo do maior ritmo de produção, volume de compras de terceiros e vendas. Já o custo C1 atingiu US$ 20,8/t no 2T25, o que representa uma redução de 1,0% em relação ao trimestre anterior, como reflexo da maior diluição de custos fixos em razão do maior volume. Adicionalmente, é importante ressaltar que a queda no C1 só não foi maior em função da apreciação do dólar. Já na comparação com o 2T24, o custo C1 apresentou queda ainda maior, de 1,9%, o que reforça a competitividade e resiliência da empresa.
O Lucro Bruto atingiu R$ 1.028,3 milhões no 2T25, o que representa queda de 12,4% em relação ao trimestre anterior, com uma Margem Bruta de 30,2%, ou 4,2 p.p. abaixo do 1T25. Essa menor rentabilidade reflete a queda do preço do minério e a apreciação do câmbio. Na comparação com o 2T24, a queda foi ainda maior, com a margem bruta reduzindo 11,3 p.p., apesar do volume comercializado naquele período ter sido menor, o preço do minério apresentou média muito superior.
No 2T25, as Despesas com Vendas Gerais e Administrativas totalizaram R$ 76,3 milhões e foram 32,6% superiores às registradas no 1T25, como resultado da sazonalidade da operação. Por sua vez, quando comparado com o mesmo período do ano anterior, percebe-se um aumento de 46,8% em razão do maior volume de minério comercializado.
No 2T25, o resultado de equivalência patrimonial foi de R$ 73,7 milhões, um desempenho praticamente o dobro do verificado no trimestre passado, refletindo a sazonalidade do período com um maior volume de movimentação de cargas na MRS.
Por sua vez, o Resultado Financeiro foi negativo em R$ 750,1 milhões no 2T25, o que representa uma redução de 43,0% frente ao trimestre anterior, dado o menor impacto da variação cambial no caixa aplicado no exterior. Adicionalmente, foi possível observar também um menor volume de despesas financeiras no período.
No 2T25, a CSN Mineração registrou um lucro líquido de R$ 115,8 milhões, contra um prejuízo líquido de R$ 357,3 milhões registrado no trimestre anterior, sendo o menor impacto da variação cambial no caixa em moeda estrangeira e os maiores volumes de vendas os principais fatores para a reversão desse resultado.
O EBITDA Ajustado no 2T25 atingiu R$ 1.268,3 milhões, com uma margem EBITDA Ajustada trimestral de 37,2%, o que representa uma redução de 4,6 p.p. e 11,5 p.p. quando comparado com o 1T25 e 2T24, respectivamente. Essa menor rentabilidade reflete, exclusivamente, a queda no preço do minério que foi impactado ao longo do trimestre pelas expectativas de uma redução mais rápida de demanda por parte da China também associado às disputas tarifárias dos EUA com o mundo. Essa situação foi parcialmente compensada pelo excelente resultado operacional conquistado, com recordes de produção (incluindo compra de terceiros), eficiência no sistema logístico e sólido controle de custos. No acumulado do ano, o EBITDA ajustado da Companhia foi de R$ 2,7 bilhões, com uma margem EBITDA ajustada de 39,5%.
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