Mercado de minerais críticos e estratégicos atingirá US$ 120 bilhões na América Latina até 2030
O mercado de minerais críticos – especialmente no setor de mineração – deve atingir US$ 120 bilhões até 2030 na América Latina, segundo a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês). O cenário, no entanto, pode mudar em razão de a etapa de refino dos minerais críticos e estratégicos (MCEs), estar altamente concentrada na China, que, a depender do mineral, controla entre 30% e 90% do mercado global de refino. Este foi um dos temas discutidos nesta por Raul Jungmann, diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), na Inglaterra no dia 24 de junho, durante a London Climate Action Week 2025 / Semana de Ação Climática de Londres 2025.
O Brasil, segundo Jungmann, surge neste cenário como um protagonista para liderar a oferta de MCEs e como articulador para unir os países da região, que apresentam enorme potencial mineral, em torno de políticas que abram oportunidades de investimentos, negócios e desenvolvimento sustentável. Para o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), “uma matriz energética baseada em renováveis, salvaguardas ESG, além de estabilidade e confiabilidade política e econômica, são critérios que tornam países da América Latina como Brasil, Chile e Argentina opções seguras para diversificar o fornecimento, garantindo altos padrões em termos de práticas ambientais e de direitos humanos. Projetos existentes de minério de ferro ou lítio demonstram que é possível reduzir as pegadas ambientais e de GEE (Gases de Efeito Estufa), envolvendo comunidades e preservando a biodiversidade”.
Raul Jungmann foi um dos palestrantes da mesa-redonda Ensuring a sustainable supply of minerals for the twin transition / Garantindo um abastecimento sustentável de minerais para a transição dupla. Também participaram Kwasi Ampofo, diretor de Metais e Mineração da BloombergNEF; Fiona Clouder, CEO da ClouderVista, assessora sênior da Chilean Cobalt Corp ("C3"), diretora Independente da Appian Capital Advisory LLP; Rafaela Guedes, senior fellow do CEBRI – mediadora.
O objetivo do evento, segundo documento de um dos organizadores, o CEBRI, é organizar uma discussão com especialistas em várias áreas sobre essas questões com partes interessadas internacionais, incluindo consumidores, fornecedores e investidores, a fim de avançar na discussão sobre mecanismos e ações concretas para atrair investimentos e manter a integridade social e ambiental antes da COP30, a conferência das Nações Unidas sobre mudança do clima.
Brasil pode abastecer o mundo com MCEs sustentáveis
Sem conflitos geopolíticos, com boas práticas ESG e políticas rígidas de segurança e responsabilidade ambiental, a mineração do Brasil surge como foco para investimentos internacionais, de modo a atender à crescente demanda global pelos minerais críticos e estratégicos (MCEs) para diversas finalidades, entre as quais a transição energética, uma das principais armas para combater a mudança climática. “O Brasil pode abastecer o mundo com minerais críticos e estratégicos sustentáveis, com desenvolvimento socioambiental. Estas são imensas vantagens para se investir no Brasil”, afirmou Raul Jungmann.
Ele demonstrou preocupação em relação ao lançamento, pelos líderes do G7, de um ‘Plano de Ação para Minerais Críticos’, voltado a fortalecer as cadeias globais de suprimento desses recursos estratégicos. O dirigente do IBRAM entende que esta ação reflete a elevada preocupação dos países em assegurar acesso aos MCEs, porém, diz esperar que essa política não resulte em situações que possam ser interpretadas como ‘neocolonialismo’ de nações desenvolvidas em relação a países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento. Entre as iniciativas divulgadas pelo G7 estão: roteiro para promover mercados padronizados para minerais críticos, com critérios mínimos sobre boas práticas ambientais, trabalhistas e de governança; aumentar investimentos em projetos de mineração e processamento dentro e fora dos países do G7, inclusive com apoio a nações em desenvolvimento.
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