A Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) manifestou preocupação com os impactos da nova medida tarifária anunciada pelo governo dos Estados Unidos, que pretende impor um acréscimo de 25% sobre as importações de alumínio. O Governo Americano confirmou que a sobretaxa existente de 10% da Seção 232 passará para 25% a partir de 12 de março, não havendo exceções ou isenções para nenhum país.
Na medida anterior (Seção 232, imposta em 2018), os Estados Unidos aplicaram tarifas de 25% sobre importações de aço e 10% sobre importações de alguns produtos de alumínio. No entanto, no caso do alumínio, alguns países receberam isenções totais (Canadá, México e Austrália) ou foram incluídos em acordos de cotas (Argentina, União Europeia e Reino Unido).
Segundo a ABAL, os efeitos imediatos para o Brasil serão sentidos primeiramente nas exportações e na dificuldade de acesso dos produtos brasileiros a esse mercado. Apesar de os produtos de alumínio brasileiros terem plena condição de competir em mercados altamente exigentes como o americano, seja pelo aspecto da qualidade ou da sustentabilidade, nossos produtos se tornarão significativamente menos atrativos comercialmente devido à nova sobretaxa.
Embora a participação do Brasil nas importações americanas de produtos de alumínio seja relativamente pequena, menos de 1%, os Estados Unidos é um parceiro comercial importante e correspondem a 16,8% das exportações brasileiras do metal. O que movimentou US$ 267 milhões do total de US$ 1,5 bilhão exportado pelo setor em 2024. Em termos de volume, os Estados Unidos foram o destino de 13,5% do total (72,4 mil toneladas) das exportações brasileiras de produtos de alumínio. Desse total, 54,2 mil toneladas das exportações estavam sujeitas à Seção 232, e chapas e folhas de alumínio corresponderam a 76% desse volume.
Além dos impactos na balança comercial, a ABAL se preocupa ainda mais os efeitos indiretos associados ao aumento da exposição do Brasil aos desvios de comércio e à concorrência desleal. Produtos de outras origens que perderem acesso ao mercado americano buscarão novos destinos, incluindo o Brasil, podendo gerar uma saturação do mercado interno de produtos a preços desleais.
A imposição das novas tarifas nos EUA também pode resultar em uma tendência de elevação dos preços regionais, especialmente nas regiões que dependem de importações, o que pode provocar um realinhamento nas cadeias globais de suprimento e modificar fluxos comerciais tradicionais.
Segundo a ABAL, esse cenário reforça a necessidade de ampliarmos as discussões sobre o fortalecimento dos instrumentos de defesa comercial e a recalibração da política tarifária nacional, de forma a corrigir distorções no mercado para proteger a indústria nacional contra a concorrência desleal e os impactos adversos provenientes dessa nova reconfiguração internacional.
A associação destaca que cenários desafiadores como este requerem sensibilidade e diálogo na construção de soluções que não são simples, mas que levem em consideração a necessidade de evitar disrupturas no suprimento de produtos e materiais estratégicos para a economia brasileira.
A ABAL afirma que está em diálogo com o governo brasileiro para compreender as implicações dessa medida e buscar soluções que mitiguem seus impactos sobre a economia nacional no curto e médio prazo, garantindo um ambiente mais competitivo para a indústria do alumínio brasileira.
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