Votorantim Cimentos encerra 2023 com lucro líquido de R$ 2,6 bilhões

O aumento foi de 123% em relação ao ano anterior

Por Conexão Mineral 21/03/2024 - 21:42 hs
Foto: Votorantim Cimentos
Votorantim Cimentos encerra 2023 com lucro líquido de R$ 2,6 bilhões
No Brasil, a Votorantim Cimentos alcançou receita líquida de R$ 12,8 bilhões em 2023

A Votorantim Cimentos encerrou 2023 com lucro líquido de R$ 2,6 bilhões, aumento de 123% em relação a 2022, explicado principalmente pelo melhor resultado operacional. A receita líquida global consolidada em 2023 foi de R$ 26,7 bilhões, crescimento de 3% em relação a 2022, resultado da dinâmica favorável de preços e de mercado principalmente nas operações da América do Norte e Europa, Ásia e África. No Brasil, os resultados também foram positivos, impulsionados pelo crescimento acima do esperado de novos negócios. O volume total de vendas nos países em que a empresa tem operações somou 37 milhões de toneladas de cimento, levemente maior que no ano anterior. 

“A companhia encerrou o ano com um forte resultado, fruto da diversificação geográfica, do crescimento em novos negócios e da captura de sinergias das aquisições realizadas nos últimos anos. Avançamos também nos investimentos em competitividade, descarbonização e novos negócios, mantendo o foco em nosso mandato estratégico, disciplina financeira e posicionamento de mercado”, diz Osvaldo Ayres, CEO global da Votorantim Cimentos.

O EBITDA (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado atingiu o recorde de R$ 5,8 bilhões em 2023, 18% maior na comparação com o exercício anterior, explicado pela redução de custos e gestão de margens, além das sinergias já capturadas das últimas aquisições. Consequentemente, a Margem EBITDA alcançou 22% no período, aumento de três pontos percentuais em relação a 2022. 

A Votorantim Cimentos encerrou 2023 com alavancagem, medida pela relação dívida líquida/EBITDA Ajustado, de 1,28x, redução de 0,27x na comparação com 2022. A companhia chegou ao final de 2023 com saldo de caixa e aplicações financeiras no valor de R$ 5,9 bilhões, suficiente para cumprir com as suas obrigações financeiras para, aproximadamente, os próximos quatro anos. 

"O nosso índice de alavancagem reduziu ao longo do ano, em linha com o melhor resultado operacional e menor dívida líquida no período, atingindo o menor patamar histórico da companhia. Em 2023, obtivemos o registro de Companhia Aberta na Categoria A junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o que representou mais um passo na evolução da nossa governança corporativa e ampliação do acesso ao mercado de renda fixa no Brasil, alinhada com nossa estratégia de diversificar fontes de financiamento e base de investidores. Mantivemos uma sólida liquidez ao longo do ano e também o grau de investimento junto às principais agências de rating”, afirma Bianca Nasser, diretora financeira global da Votorantim Cimentos. 

No ano passado, os investimentos da companhia em expansões, modernização e sustentação do negócio (Capex) somaram R$ 2,4 bilhões, crescimento de 18% em relação a 2022. Esse aumento está alinhado à estratégia global de investimentos em modernizações e competitividade estrutural com foco em produtividade, como o projeto da fábrica de Salto de Pirapora, no interior de São Paulo, além de projetos atrelados aos compromissos de descarbonização. Também estão sendo realizados projetos de investimento focados em combustíveis alternativos em todas as regiões, um dos pilares de descarbonização da companhia.

Desempenho por região

No Brasil, a Votorantim Cimentos alcançou receita líquida de R$ 12,8 bilhões em 2023, aumento de 1% em relação a 2022, resultado da queda de demanda no mercado, apesar da dinâmica de preços favorável e do aumento das receitas de novos negócios. De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC), o setor de cimento no Brasil teve uma retração de 1,7% em 2023. Conforme a entidade, a indústria nacional do cimento ainda não refletiu as ações positivas da economia ao longo do ano e ainda é impactada pela retração na renda das famílias, além das condições climáticas extremas que o país vivenciou em 2023.

O EBITDA ajustado da empresa no Brasil totalizou R$ 2,5 bilhões, resultado operacional ligeiramente maior, de 1%, comparado a 2022. A gestão de margens, redução de custo de combustível e energia, e o forte crescimento em novos negócios, que teve aumento de 58% em 2023 perante 2022, contribuíram para o resultado. O EBITDA ajustado advindo de novos negócios representou 17% no EBITDA ajustado total da companhia no Brasil, frente a 11% em 2022.

Na América do Norte, a receita líquida atingiu R$ 7,8 bilhões em 2023, crescimento de 5% sobre 2022, resultado da dinâmica de preços que mitigou a ligeira desaceleração da demanda. O EBITDA ajustado da região foi de R$ 1,9 bilhão em 2023, crescimento de 23%, explicado principalmente pela gestão de preços, combinada ao arrefecimento de custos ao longo do ano. Ambos os resultados foram negativamente impactados na consolidação em reais pela depreciação do dólar em 2023.

Na Europa, Ásia e África, a receita líquida aumentou 26% em 2023 comparada a 2022, atingindo R$ 4,3 bilhões, resultado principalmente da recuperação de mercado na Turquia com maiores volumes e preços, além dos volumes adicionais advindos da integração da nova fábrica em Málaga (Espanha). 

O EBITDA ajustado na região foi de R$ 1,1 bilhão, crescimento de 66% em relação ao exercício anterior. O forte resultado foi impulsionado pela dinâmica positiva de mercado na maior parte dos países da Europa, Ásia e África, gestão de preço e sinergias já capturadas dos processos de aquisições recentes. Adicionalmente, o arrefecimento de custos, principalmente combustível, energia e frete, impulsionou ainda mais o resultado do ano.

Na América Latina, a receita líquida foi de R$ 869 milhões em 2023, crescimento de 7% em comparação com 2022, resultado da melhoria de mercado na Bolívia e no Uruguai. O EBITDA ajustado de 2023 foi de R$ 164 milhões, 18% maior que em 2022. A dinâmica positiva na Bolívia e no Uruguai impulsionou o resultado, assim como a retração de custo no Uruguai. A operação uruguaia foi positivamente impactada pelas sinergias operacionais que estão sendo capturadas devido à unificação das atividades industriais na cidade de Minas, projeto inaugurado no início de 2023.

Sustentabilidade

A Votorantim Cimentos reduziu 4% suas emissões líquidas de CO2 ao longo de 2023, recorde de redução, fruto das iniciativas e investimentos em descarbonização da companhia.

No início de 2023 foi inaugurado o parque eólico Ventos do Piauí, em parceria com a Auren, localizado na região Nordeste do Brasil. Com isso, adicionamos 55 MW na capacidade instalada de geração de energia da empresa no Brasil, aumentando para 49% a participação de energia renovável na nossa matriz energética. 

Em julho, a Votorantim Cimentos assinou acordo de financiamento na forma de um sustainability-linked loan com o International Finance Corporation (IFC), maior organização de desenvolvimento voltada ao setor privado em países emergentes e membro do Grupo Banco Mundial. A companhia foi a primeira cimenteira brasileira a firmar com o IFC um contrato conectado a indicadores de sustentabilidade. O investimento de US$ 150 milhões é destinado à fábrica de Salto de Pirapora (SP) para aumentar o nível de substituição de combustíveis fósseis e, assim, reduzir as emissões de CO2. 

Já em 2024, como parte de seu programa de competitividade estrutural, a Votorantim Cimentos firmou um acordo para a formação de uma joint venture que fará a construção de um parque de energia solar no município de Paracatu (MG), com estimativa de capacidade instalada destinada à companhia de 470 MWp. As duas empresas também firmaram contratos de compra e venda de energia (Power Purchase Agreements) para o fornecimento de 100 MWm de energia solar ao longo de 15 anos, com início previsto a partir de 2026, para contribuir com o abastecimento das unidades produtivas da Votorantim Cimentos localizadas no Brasil.

Em fevereiro de 2024, a Votorantim Cimentos recebeu a classificação A na avaliação sobre transparência corporativa e desempenho em mudanças climáticas pelo CDP, uma das mais respeitadas organizações internacionais sem fins lucrativos, que administra um sistema global de divulgação de informações ambientais por empresas, cidades, estados e regiões. Com base nos dados relatados por meio do questionário sobre Mudanças Climáticas de 2023 do CDP, a Votorantim Cimentos alcançou a pontuação ‘A’, colocando a companhia como a única cimenteira brasileira a fazer parte de um número seleto de empresas no mundo classificadas no topo da lista e que atuam como exemplos de melhores práticas para o mercado.

Adicionalmente, a Votorantim Cimentos recebeu novamente da Sustainalytics o reconhecimento de Top-Rated Ranking da Indústria referente à performance de análise de rating ESG de 2023, sendo a única empresa do setor de materiais de construção da América Latina a estar presente no ranking. 

R$ 5 bilhões de investimentos em crescimento e competitividade estrutural

Em janeiro deste ano, a Votorantim Cimentos anunciou investimentos de R$ 5 bilhões em um programa abrangente de crescimento e competitividade estrutural das operações da empresa no Brasil. Esse programa, dos quais R$ 1,5 bilhão já está em execução, abrange as operações da companhia em todas as regiões do país, com investimentos estruturantes para elevar a competitividade, a capacidade de coprocessamento e reduzir de forma significativa as emissões de CO2. Com esses investimentos, a Votorantim Cimentos irá adicionar mais 3 milhões de toneladas/ano de cimento à capacidade atual de produção da empresa no Brasil.

O programa inclui o investimento adicional de R$ 300 milhões na ampliação da capacidade de produção de sua fábrica no município de Salto de Pirapora, no interior do estado de São Paulo. A construção de uma nova moagem de cimento irá adicionar 1 milhão de toneladas/ano à capacidade de produção da unidade. Em conjunto com outra operação da empresa localizada no bairro de Santa Helena, na cidade vizinha de Votorantim, a fábrica de Salto de Pirapora forma o complexo Salto-Santa Helena, que terá sua capacidade de produção expandida em cerca de 20%. O início das obras está previsto para o primeiro semestre deste ano, com expectativa de conclusão para o segundo semestre de 2025.