Três setores vão ficar mais caros ao consumidor pela alta do aço

Aumento de 20% no custo do aço foi repassado para a  indústria e será sentido nos lares brasileiros

Por Conexão Mineral 26/05/2022 - 18:33 hs
Foto: Canva. com
Três setores vão ficar mais caros ao consumidor pela alta do aço
O mercado mundial se desabasteceu rapidamente ficando a demanda maior que a oferta

A Guerra entre Rússia e Ucrânia foi um dos gatilhos para o aumento do preço do aço, junto aos preços do carvão e do minério de ferro, matérias-primas do produto, e insumos significativamente exportados pelos países em conflito; o que também afetou toda a cadeia logística global, tornando mais caro o preço do frete. O reajuste já chegou às indústrias e ainda que dependa de cada setor para ser repassado aos consumidores, ele vai sim acontecer. No entanto, esses repasses serão percebidos em pouco tempo pelas indústrias e na sequência pelo consumidor final, explica o gerente de marketing da Açovisa, Giovanni Marques da Costa.

Outro fato considerado importante por Costa é que embora os países europeus envolvidos no conflito sejam relevantes exportadores de placas de aço, que é a primeira etapa da cadeia produtiva de aços planos, o Brasil também é um importante player neste segmento. “A indústria brasileira se adapta aos materiais que não estão disponíveis e às necessidades do mercado”, explica.

Exemplo foi o desligamento de fornos, aciarias e, também demissões nas usinas devido à covid-19 por se acreditar que não haveria demanda, “mas aconteceu justamente o contrário: O mercado mundial se desabasteceu rapidamente ficando a demanda maior que a oferta, promovendo uma corrida entre as indústrias para retomarem suas linhas de produção, fazendo com que os preços dos insumos, sobretudo commodities sofressem forte aumento". 

E o reajuste será sentido em três setores, de acordo com Costa. Na linha branca, os eletrodomésticos como fogões e geladeiras serão os primeiros bens de consumo a serem impactados pelo reajuste, pois estão diretamente relacionados à linha de aços planos. A produção de veículos é outro segmento atingido. “Essa segunda posição da lista é encabeçada pelas motocicletas, que são praticamente todas feitas de aço. Em seguida os carros e depois os caminhões.” A quantidade de aço utilizada na fabricação de um carro é em torno de 800 quilos que valem aproximadamente US$ 1mil. No caso do reajuste de 20%, o veículo custa US$ 200 mais caro (cerca de R$ 1.030,00 em cotação de dólar comercial em 12 de maio de 2022). Já no caso dos caminhões, por serem produzidos com aço, serem abastecidos com combustíveis - que vem passando por consecutivos aumentos - e serem utilizados na logística de diversos produtos, eles puxam o aumento de outros itens, em especial grãos como soja e milho.

A terceira área é a de alimentos. “O percentual do reajuste repassado ao consumidor vai depender muito do nível de processamento do alimento, mas podemos esperar um aumento na soja, milho, cana e seus respectivos derivados. Alimentos enlatados terão, sim, um aumento, ainda que baixo. Mas será sentido antes de junho nos bolsos brasileiros”, indica Costa