AngloGold Ashanti investe na disposição a seco e até 2022 deixará de enviar rejeitos para barragem

Por Conexão Mineral 16/09/2021 - 18:27 hs
Foto: AngloGold Ashanti
AngloGold Ashanti investe na disposição a seco e até 2022 deixará de enviar rejeitos para barragem
Planta de filtragem nas operações Cuiabá, em Sabará (MG)

A AngloGold Ashanti planeja não enviar mais rejeitos da forma convencional para as suas barragens a partir de 2022. Até lá, a previsão é de que a indústria mais longeva do Brasil, com 187 anos de atuação, invista R$ 1,6 bilhão para implementar a metodologia de disposição de rejeitos a seco nas suas operações em Minas Gerais e Goiás. 

Segundo Camilo Farace, vice-presidente da AngloGold Ashanti Brasil, trata-se de uma das iniciativas mais importantes em execução na empresa. Além de trazer mais segurança, primeiro valor corporativo da companhia, para empregados e as comunidades, o processo deixará um legado de sustentabilidade. Até 2022, o método de disposição a seco vai substituir a deposição convencional de rejeitos em barragens e trazer como vantagens o incremento na segurança de estruturas geotécnicas e a redução do uso de água. 

"É importante lembrar que as barragens da AngloGold Ashanti estão estáveis e seguras, uma vez que todas são diariamente monitoradas e estão dentro das normas exigidas. A novidade, no entanto, reforça o compromisso da companhia com a utilização de tecnologias mais modernas, estruturas ainda mais seguras e a busca por soluções para dispor os rejeitos de forma cada vez mais eficiente", detalha Farace. 

Além dos benefícios ambientais e de segurança, a implantação do projeto tem ampliado a oferta de emprego nas cidades onde a empresa atua. Até o final, o projeto irá viabilizar a contratação de aproximadamente 2 mil pessoas e envolve intervenções em quatro unidades operacionais: Cuiabá (Sabará), Planta do Queiroz (Nova Lima) e Córrego do Sítio (Santa Bárbara), em Minas Gerais; e Serra Grande (Crixás), em Goiás. 

Como funciona a disposição a seco 

O rejeito da mineração é composto pela mistura de água e a parte sem aproveitamento econômico do minério. Após o processo de produção de ouro, a polpa é direcionada para a barragem de rejeito, onde é disposta de forma controlada. Com a disposição a seco, todo o rejeito gerado será filtrado, eliminando por completo a água desse material. 

Hoje, o rejeito seco já é usado para preenchimento das cavas exauridas ou em pilhas. Com a conclusão do processo, esses espaços serão revegetados por plantas nativas de suas regiões. Trata-se, dessa forma, de um passo importante no processo de descaracterização das barragens por meio da reintegração ao ambiente em que estão inseridas. 

Mesmo assim, ao final da implementação, todas as áreas continuarão sendo monitoradas pela AngloGold Ashanti. 

Andamento do projeto em Serra Grande 

Já em setembro de 2021, a barragem de rejeito da Mineração Serra Grande, em Crixás (GO), deixará de receber rejeitos em polpa, com o método de disposição a seco substituindo a deposição convencional de rejeitos em barragens. 

No pico das obras, em julho, cerca de 500 pessoas trabalharam na implantação da disposição de rejeito a seco nas Operações Serra Grande. As obras de reforço da barragem já foram concluídas, um passo importante para o processo de descaracterização da estrutura. Já para a planta de filtragem, foi realizada a aquisição de três filtros, que já estão na unidade. A AngloGold Ashanti também prossegue com os estudos de engenharia da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) e das pilhas para deposição do rejeito em polpa. 

Andamento do projeto em CDS 

Nas operações Córrego do Sítio (CDS), localizada em Santa Bárbara (MG), onde a empresa conta com uma barragem de rejeito e uma de sedimentos, 50% dos rejeitos oriundos das atividades já são dispostos a seco, aliando o desenvolvimento econômico à sustentabilidade ambiental. 

No pico das obras, em julho, cerca de 750 pessoas trabalharam na implantação da disposição de rejeito a seco nas Operações CDS. Neste ano, estão em andamento as obras preliminares ao reforço estrutural da barragem, com previsão de início em setembro, e o preenchimento da barragem de CDSII com rejeito filtrado, já como parte do processo de descaracterização. Está prevista também a instalação de quatro filtros na unidade - o primeiro foi instalado em 2019. A unidade já conta com três filtros para a filtragem e receberá mais um para aumentar confiabilidade do sistema. 

Andamento do projeto em Cuiabá 

No pico das obras, cerca de 280 pessoas trabalharam na implantação da disposição de rejeito a seco nas operações Cuiabá, em Sabará (MG). Em 2020, a produtora de ouro concluiu a etapa de engenharia e a aquisição de equipamentos para a nova planta de filtragem da unidade, atualmente com a montagem em fase de conclusão. Em 2021, a empresa segue com as obras para instalação do segundo e terceiro filtro cerâmico, previstos para começar operar em setembro de 2021. 

Andamento do projeto na Planta do Queiroz 

No pico das obras, cerca de 300 pessoas trabalharam na implantação da disposição de rejeito a seco na Planta do Queiroz. Na unidade metalúrgica estão em andamento três grandes projetos: novo aterro industrial, descaraterização da barragem de Calcinados e a Planta de Filtragem. Em 2020 foi concluída a primeira etapa da descaracterização da estrutura, com a execução de aproximadamente 100 mil metros cúbicos de estéril como reforço. A meta para o primeiro trimestre de 2022 é a conclusão da Planta de Filtragem da unidade. 

Segurança na gestão das barragens 

A AngloGold Ashanti recebeu, em setembro de 2021, as novas declarações de condição de estabilidade de todas as suas sete barragens de rejeitos, localizadas em Minas Gerais e Goiás, emitidas por auditoria externa. Foram atestadas as seguintes barragens: Cuiabá (Sabará, MG), CDS I e CDS II (Santa Bárbara, MG), Cocuruto, Calcinados e Rapaunha (Nova Lima, MG) e Serra Grande (Crixás, GO). 

Segundo a mineradora, a segurança das barragens é prioridade para a AngloGold Ashanti. Além do atestado de estabilidade, elas são monitoradas diariamente por uma equipe que verifica as condições de estrutura, avalia o nível de água e o funcionamento do sistema de drenagem. Além disso, todas as estruturas passam por auditorias internas e externas. 

Ainda de acordo com a empresa,a  AngloGold Ashanti adota padrões e normas de segurança nacionais e internacionais para todas as suas estruturas. Todas contam com fator de segurança acima do valor estabelecido em norma e atendem às exigências dos órgãos regulamentadores e fiscalizadores nas esferas municipal, estadual e federal.