ANP quer aumentar fator de recuperação no Brasil

No Brasil o índice é de apenas 20%, enquanto na Noruega chega a 70%

Por Conexão Mineral 27/03/2017 - 09:01 hs
Foto: ANP
ANP quer aumentar fator de recuperação no Brasil
Melhorias incluem desafios técnicos, de regulação e financeiros

Representantes de petrolíferas, da Unicamp e do IBP, além de servidores da ANP, estiveram reunidos nos dias 23 e 24 de março, no Rio de Janeiro, no 1º Seminário sobre Aumento do Fator de Recuperação, realizado pela ANP. Foram 32 palestras sobre alternativas, melhores práticas e os desafios para aumentar a longevidade e o fator de recuperação de campos produtores onshore e offshore no Brasil, bem como exemplos e estudos de caso de outros países.
Fator de recuperação é o percentual extraído de um reservatório de petróleo em relação ao volume total estimado. Ele varia em função do tipo de reservatório (porosidade das rochas) e das características do petróleo (mais ou menos leve).  Inovações tecnológicas e metodológicas podem aumentar o fator.
No Brasil, esse fator é considerado baixo – em média de 20% –, o que motiva o esforço da ANP em promover ações visando ao aumento desta marca. No Reino Unido, por exemplo, o fator de recuperação chega a 46%; na Noruega, o percentual chega a 70%.
Promover ações para aumentar o fator de recuperação está na lista de ações prioritárias da ANP para 2017. “Nesse tema, os desafios não são somente técnicos: envolvem regulação, espírito empresarial e finanças”, avaliou o diretor-geral da ANP, Décio Oddone. “Este seminário é um divisor de águas, um evento histórico”, disse o diretor da ANP José Gutman.
Ambos compuseram a mesa de abertura do seminário, também integrada pelo diretor do Departamento de Políticas de E&P do MME, João Vicente Vieira; e pelo presidente do IBP, José Camargo.
Além das palestras de especialistas e representantes da indústria, o evento proporcionou debates técnicos e permitiu à ANP receber contribuições do mercado sobre formas de fomentar o aumento do fator de recuperação e a atração de investimentos ao País, de modo a criar um plano de ação que será compartilhado com toda a indústria.
O seminário acontece num ano em que estão previstas quatro rodadas de licitações, incluída a 4ª Rodada de Áreas com Acumulações Marginais; e em pleno andamento do projeto Topázio, que prevê a devolução, pela Petrobras, de vários campos maduros.