Presença feminina na mineração
Na unidade da Alcoa em Juruti (PA) as mulheres ocupam 30% dos cargos de liderança
De acordo com um relatório divulgado pelo Fórum Econômico Mundial, somente em 2095 será possível atingir globalmente um nível de paridade justo em termos econômicos e de oportunidades entre homens e mulheres, mantendo o ritmo atual. No Brasil, a questão é ainda mais complexa: o país ocupa apenas a 124º posição no ranking da organização em igualdade de salários, realizado entre 142 países.
Nesse processo, é importante que as empresas deem o primeiro passo, identificando a diversidade e a igualdade de salários como um de seus valores. Na Imerys, de acordo com a mineradora, há zelo pela diversidade em todas as áreas da empresa, desde a operação até a administração. No setor de Controle de Qualidade, por exemplo, a coordenadora Marlene Damázio vê a presença igual de homens e mulheres como algo bastante estratégico: “É importante que a empresa incentive a diversidade. Dentro da mineração há uma predominância masculina e ver cada dia mais mulheres traz equilíbrio para o ambiente”.
Empresas com mulheres em cargos de liderança, como a Marlene, possuem ainda mais vantagens: alcançam resultados financeiros até 50% superiores. É o que diz a pesquisa realizada pela Great Place To Work (GPTW) consultoria em gestão empresarial. Para Marlene, esse incentivo não deve cessar: “Somos responsáveis pela nossa carreira, mas nunca deixei de incentivar minha equipe a almejar cargos de liderança, principalmente quando a empresa apoia a diversidade”.
Em Juruti, no oeste do Pará, as mulheres também conquistaram importantes espaços. Na Alcoa, elas representam 18,8% de mulheres no efetivo total da Unidade. Além disso, há uma importante participação em cargos de nível técnico, de engenharia e liderança, tendo 30% de força feminina nessas posições de influência.
Franciole Medeiros, gerente de ABS e Contratos da Alcoa Juruti, trabalha há 11 anos na companhia. Ela revela que a empresa sempre lhe deu oportunidade para ter voz e tratar de igual seus pares e lideranças. “Tenho orgulho de trabalhar em uma empresa que não faz distinção entre sexos. Isso me deixou à vontade para superar medos e acreditar no meu potencial. Em 2007, enfrentei o maior desafio da minha carreira. Naquela época, fui transferida de São Luís, no Maranhão, para Juruti, uma localidade nova onde teríamos que implantar todos os processos do zero com pessoas novas de várias culturas e principalmente longe da família. Foi um desafio maravilhoso ver uma empresa nascer e fazer parte disso”, conta.
Para as mulheres que ainda têm receio de assumir posições estratégias dentro de empresas, ela dá um importante incentivo. “É necessário se preparar, estudar, desenvolver suas habilidades, principalmente de relacionamento e negociação. Estar atenta às oportunidades e mostrar interesse em assumir novos desafios”, recomenda.
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