Rompimento da barragem de Brumadinho completa 4 anos

Evento na Bolsa de Valores em Londres é uma das atividades programadas para o dia 25 de janeiro

Por Conexão Mineral 24/01/2023 - 19:50 hs
Foto: Avabrum
Rompimento da barragem de Brumadinho completa 4 anos
Manifestantes em frente à sede da Tüv Süd, em outubro de 2019

Os impactos do rompimento da barragem em Brumadinho serão debatidos em painéis que fazem parte do Global Summit, organizado pela Organização das Nações Unidas (ONU) - Comissão Global de Investidores em Mineração e do Conselho de Pensões da Igreja da Inglaterra, nos dias 24 e 25 de janeiro, na Bolsa de Valores de Londres, na Inglaterra. O seminário vai tratar da Agenda do Investidor em Mineração e da Gestão Global de Rejeitos. Está prevista uma cerimônia religiosa que vai lembrar todas as vidas perdidas em 25 de janeiro de 2019. No evento, serão discutidos os impactos da gestão de rejeitos e outros processos de exploração econômica das empresas mineradoras.

O Global Summit conta com a presença da integrante da Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão (Avabrum) Angélica Amanda Andrade, que terá participação especial na discussão do tema “Comunidades impactadas por desastres de rejeitos”. Angélica participa do Painel Consultivo Internacional do Global Tailings Institute. 

Nesta terça-feira, o evento se concentrou no debate sobre lições que o rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, deixou para os investidores. Nesta quarta-feira será lançada, dentro do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, uma Comissão Global de Investidores em Mineração que será responsável por estudos e ações para implementar medidas de segurança até 2030.

Ato em Bruxelas

De acordo com a Avabrum, um grupo de cerca de 50 pessoas vai se reunir em frente à sede do Parlamento Europeu, em Bruxelas (Bélgica), na quarta-feira (11h no horário de Brasília e 15h no horário de Bruxelas), para uma manifestação por justiça. Com a participação de alguns membros do Parlamento Europeu, o ato contará com ações de representação das cenas de horror e a lama que tirou a vida e arrastou os corpos das 272 “joias” (como as vítimas são chamadas pela Avabrum), entre elas duas gestantes. Os manifestantes também vão reproduzir um áudio gravado com a chamada dos 272 nomes, além de expor os retratos de todas as pessoas mortas.

Este ato será semelhante ao que foi realizado em frente à sede da Tüv Süd em Munique, na Alemanha, em outubro de 2019, pela Organização dos Bispos Católicos Alemães para a Cooperação e o Desenvolvimento (Misereor) e pelo Centro Europeu de Direitos Constitucionais e Humanos (ECCHR). A manifestação de 2019 contou com as presenças de duas familiares de vítimas, Marcela Rodrigues (que perdeu o pai Denilson Rodrigues) e Angélica Amanda Andrade (que perdeu a irmã Natália Andrade). 

A Avabrum destaca que "passados quatro anos da ruptura da barragem, a tragédia-crime continua impune, pois ninguém foi julgado até o momento."

Para saber mais informações sobre o andamento da ação criminal do caso, a Avabrum indica o seguinte link:  https://legadobrumadinho.com.br/blog/brumadinho-4-anos-da-tragedia-4-anos-de-impunidade-2/