S11D iniciará operação comercial em janeiro

Vale obteve a Licença de Operação (LO) para a mina e planta

Por Conexão Mineral 12/12/2016 - 11:35 hs
Foto: Agência Vale
S11D iniciará operação comercial em janeiro
Mina de S11D, com vida útil estimada em 48 anos

A Vale obteve na sexta-feira, dia 9, a Licença de Operação (LO) para a mina e a usina do projeto S11D, maior projeto de minério de ferro da história da empresa e da indústria da mineração. A licença, com validade de 10 anos, foi emitida pelo Ibama após o órgão ambiental verificar o cumprimento das ações e medidas de controle ambiental executadas pela Vale durante a Licença de Instalação (LI). 

A mina e a usina do S11D estão localizadas em Canaã dos Carajás, no Sudeste do Pará. O empreendimento entrará em operação comercial em janeiro de 2017. Os investimentos totais são de US$ 14,3 bilhões - US$ 6,4 bi, aplicados na implantação da mina e da usina e US$ 7,9 bi, referentes à construção de um ramal ferroviário de 101 km, à expansão da Estrada de Ferro Carajás (EFC) e à ampliação do Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, em São Luís (MA).

O ramal ferroviário teve seu start-up no início de outubro com a circulação do primeiro trem vazio com 330 vagões por toda a extensão do trecho, incluindo a pera ferroviária. O novo berço do Píer IV, em Ponta da Madeira, iniciou o comissionamento com carga, tendo carregado três navios VLOC em novembro. A usina e a mina do S11D iniciaram também com sucesso o comissionamento com carga.

A estrutura da mina e da usina de processamento de minério de ferro conta com três linhas de produção - cada uma com capacidade de processamento de 30 milhões t/ano. O minério será lavrado a céu aberto e levado da mina até a usina por meio de um Transportador de Correia de Longa Distância (TCLD). A usina, os pátios de estocagem e regularização de minério, as pilhas de estéril e canga (minério de ferro com teor mais alto de contaminantes) e a área de manobra e carregamento de trens estão localizados em antigas áreas de pastagem, fora da Floresta Nacional de Carajás (Flonaca), uma unidade de conservação que a Vale ajuda a proteger desde a sua criação, em fevereiro de 1988. 

A medida permitiu reduzir em mais de 40% a supressão vegetal na unidade de conservação, quando comparado com o plano diretor inicial, de 2,6 mil hectares. A Flonaca tem 412 mil hectares e, mesmo depois da implantação do S11D, apenas cerca 4% terão sofrido interferência pelas atividades de mineração desde que a Vale se instalou na região, há 30 anos.

Além de diminuir o impacto na floresta, a empresa também adquiriu áreas no entorno da usina, para atender a condicionantes ambientais para a implantação do projeto. Parte da área vem sendo reabilitada e integra um programa de conectividade de fragmentos florestais. São terrenos degradados, também ocupados por pastos, que estão sendo reabilitados com floresta nativa. Até o momento, 2,2 mil hectares de áreas degradadas encontram-se em recuperação. A área equivale a dois mil campos de futebol. O trabalho vem sendo realizado em parceria com o Instituto Tecnológico Vale (ITV), com acompanhamento do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) e do Ibama.

O empreendimento recebeu este nome a partir da sua localização: trata-se do bloco D do corpo S11, que fica na Serra Sul da grande região de Carajás. Na Serra Norte, está a mina de Carajás, em operação desde 1985, situada em Parauapebas, município vizinho a Canaã. Para fins geológicos, o S11D é apenas um bloco do corpo que foi dividido em quatro partes: A, B, C e D. O potencial mineral do corpo S11 é de 10 bilhões t de minério de ferro, sendo que só o bloco D possui reservas de 4,24 bilhões t. As primeiras sondagens na região datam dos anos 1970. No início dos anos 2000, foram feitos os primeiros estudos de capacidade técnica e viabilidade econômica, que levaram à atual configuração do projeto. A Licença Prévia (LP) saiu em junho de 2012 e, um ano depois, foi emitida a Licença de Instalação (LI). Hoje, a vida útil da mina está estimada em 48 anos.