Estudo da ABPM indica que existem 74.240 áreas aguardando licitação pela ANM
Associação estima que, para cada mil áreas pesquisadas, apenas uma se tornará uma mina
A Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa Mineral (ABPM), em parceria com o site Jazida.com, constatou que dos cerca de 198 mil processos de direitos minerários ativos na base de dados da Agência Nacional de Mineração (ANM), 74.240, ou seja, 36 %, estão aguardando para serem licitados pela agência.
Segundo a associação, esse passivo tem aumentado em 1.000 processos a cada mês, travando novos investimentos em pesquisa mineral no País pela não disponibilização dessas áreas com possibilidade de ocorrências de minerais estratégicos, como fosfato e potássio, essenciais para a agricultura, além de ouro, cobre, bauxita, ferro, manganês, gemas e pedras preciosas, dentre outros bens minerais.
Atualmente, existem mais de 2 mil áreas para fertilizantes aguardando licitação, enquanto o País importa 72% do fosfato e 90% de potássio, que são insumos essenciais para a agricultura. Para minerais industriais são mais de 8 mil áreas; metais como ferro e manganês mais de 7 mil; outras 12 mil para metais preciosos como ouro, prata e platina; e cerca de 5 mil para cobre, níquel, chumbo, zinco e bauxita também esperam licitação da ANM.
Luiz Maurício Azevedo, presidente da ABPM, reconhece o esforço da ANM, que está testando um novo modelo de licitação pública, que em sua primeira edição ofereceu 502 áreas, em sua maioria para materiais de agregados para construção civil. A expectativa é que outras 7 mil áreas serão licitadas em 2021.
Entretanto, a ABPM avalia que um dos gargalos que afeta o crescimento do setor é o grande passivo de processos minerários que aguardam licitação pela ANM. A entidade empresarial estima que para zerar esse passivo em 5 anos, a ANM terá que licitar em média 27 mil processos por ano.
“É necessária a publicação do maior número de áreas nos editais de disponibilidade no menor prazo. Esta iniciativa irá evitar o crescimento do passivo processual e estimulará a atração de investimentos, além de aumentar a geração de empregos na mineração, em particular, na pesquisa mineral, atividade essencial para a descoberta de jazidas”, afirma Azevedo.
A ABPM avalia que a liberação para licitação por meio de ofertas públicas de uma quantidade maior de processos de áreas em disponibilidade poderia estimular a pesquisa mineral e levar a descoberta de novas jazidas.
A ABPM estima que para cada mil áreas pesquisadas apenas, uma se tornará uma mina de fato. “Certamente, ainda haveria um longo caminho a percorrer para se abrir novas minas, mas estaríamos desobstruindo o principal gargalo para os investimentos externos e internos com a possibilidade de realização de pesquisas minerais.”
Fonte: ABPM
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