Performance Solutions: aperfeiçoamento constante na indústria da mineração

Metso criou unidade dedicada a ajudar as mineradoras a manter o foco no desempenho

Por Conexão Mineral 16/09/2019 - 19:45 hs
Foto: Metso
Performance Solutions: aperfeiçoamento constante na indústria da mineração
Performance Solutions é uma das novidades da Metso disponíveis para o mercado brasileiro

As empresas de mineração em todo o mundo estão buscando soluções para ajudá-las a melhorar a produtividade para lidar com desafios como o aumento dos custos de processamento e o declínio dos teores de minério. Para enfrentar esses desafios de forma integral, a Metso criou uma nova unidade chamada Performance Solutions, dedicada a fornecer e manter melhorias de desempenho e resultados de negócios mensuráveis para a indústria de mineração. A unidade cria soluções customizadas, combinando produtos e serviços de todo o portfólio da Metso, projetados para atender aos objetivos individuais de produção e eficiência de cada cliente. Performance Solutions baseia-se no sucesso dos contratos de Life Cycle Service (LCS) da Metso, que possui mais de 350 contratos ativos globalmente.  Levando esse conceito a um passo adiante, com o Performance Solutions, a Metso está focada em alcançar e sustentar melhorias específicas, como maior rendimento ou eficiência energética para seus clientes.

Joaquim Paes, gerente de Vendas Performance Solutions, ressalta que com os teores de minério baixando em diversas operações é necessário aumentar a recuperação, mantendo foco na segurança e nas questões ambientais. Com o Performance Solutions a Metso consegue, além de buscar soluções no seu portfólio, manter um acompanhamento para manter o aumento de ganho contínuo, inclusive porque durante a operação as características do material lavrado vão sendo alteradas, demandando ajustes.

Marcelo Motti, vice-presidente sênior – área de Mercado Brasil, destaca também o fato de que a redução da vulnerabilidade operacional gera diversos ganhos, além do aumento da  segurança e diminuição de impactos ambientais, como por exemplo a redução do consumo de energia, insumo que sempre preocupa as mineradoras, pelo preço elevado e muitas vezes dificuldades operacionais nas redes de fornecimento.

Com mais de 1.500 técnicos de serviços de campo, um amplo portfólio digital e 40 centros de serviços em todo o mundo, a Metso oferece soluções e serviços baseados em desempenho em escala global.  Recentemente, anunciou a aquisição do provedor de serviços de mineração HighService Service no Chile.

Soluções para gestão de rejeitos em mineração

Os rompimentos recentes de barragens de tratamento de minérios no Brasil fortaleceram a discussão do tema em nível mundial e abriram espaço para a aplicação de novas tecnologias que fazem a gestão dos rejeitos no setor. Rodrigo Gouveia, vice-presidente da área de Soluções para Gerenciamento de Rejeitos da Metso Minerals, explica que após o rompimento da barragem da Samarco em Mariana (MG) ficou claro que existia um gap de mercado de filtragem, com ausência de filtros de alta capacidade. O segundo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG) acelerou ainda mais o desenvolvimento do produto, com foco na gestão de rejeitos e redução do consumo de água, problema muito severo em diversos países. O executivo destaca ainda o fato de que a redução dos teores de minérios em diversas operações mais maduras também tem ocasionado aumento do volume de material processado e com isso gerando mais rejeitos. Em paralelo, ocorre a pressão da sociedade por operações mais seguras. Uma estimativa mostra que no ano passado apenas cerca de 5% dos resíduos gerados no mundo foram desaguados, mas espera-se que até 2025 esse percentual seja elevado para algo em torno de 10% a 15%. Com o rejeito seco é possível empilhar o material de forma segura, aplicar como back fill nos pits ou em outras formas de reuso, incluindo o reprocessamento. Principalmente nas operações mais antigas, que utilizavam tecnologias menos desenvolvidas na época, os rejeitos muitas vezes possuem altos teores de minérios ricos em cobre e ouro, por exemplo. “A ideia clássica é de que o desaguamento é um processo mais caro do que a construção da barragem úmida, mas analisando toda a vida do projeto percebe-se que isso não é verdade. E quanto custa um acidente?”, pondera Rodrigo Gouveia.

Para as operações com grandes volumes a Metso lançou o filtro prensa VPX, que atende a demanda de filtragem de rejeitos secos, permite a reciclagem da água nas usinas de concentração e reduz o consumo de água doce em comparação com o represamento tradicional. O filtro prensa VPX viabiliza a recuperação de até 90% de água e a passagem de um material com menos de 7% de umidade na pós-filtragem. O sistema tem uma capacidade de até 36m³ em volume, ocupando uma área de filtragem de 1391 m². O VPX também apresenta uma velocidade duas vezes maior em relação ao filtro VPA existente. Com sistemas de acionamento totalmente eletromecânicos, o VPX não tem acionamentos hidráulicos. Seu design compacto permite ainda a instalação modular de acordo com a capacidade da planta.

Fausto Rezende, do Segmento de Mineração da Metso Brasil, ressalta que além da grande capacidade do VPX, o fato de ser totalmente automatizável e permitir pressões muito elevadas são pontos de destaque do produto.

Além do VPX, duas outras tecnologias fazem parte do escopo da Metso para a gestão de rejeitos em mineração: os sedimentadores de placas inclinadas (IPS) e a linha de hidrociclones para classificação de finos úmidos (MHC). Os sedimentadores são adotados para decantação lamelar com uso de várias placas paralelas inclinadas para conseguir a máxima superfície de decantação em qualquer espaço. Já a MHC já integra o portfólio tradicional da Metso.

As três tecnologias endereçam o grande desafio de gestão dos volumes crescentes de rejeitos, um problema mundial. Dados internacionais indicam que mundialmente somente a indústria de cobre movimente 3,2 bilhões de toneladas de rejeitos, enquanto as mineradoras de ferro movimentam outros 1,8 bilhão de toneladas de rejeitos anualmente. Para complicar o cenário, cerca de 70% das minas das maiores companhias mundiais do setor estão localizadas em países onde a escassez de água é o maior fator de risco para a operação mineral.

Caçamba híbrida para caminhão fora-de-estrada

A Metso lançou oficialmente no Brasil o Truck Body, uma inovação em seu portfólio de produtos. Trata-se de uma caçamba híbrida para caminhões fora-de-estrada, apresentado inicialmente na Bauma 2019. A caçamba combina os benefícios da borracha e do aço de alta resistência estrutural, permitindo que as minas e pedreiras transportem mais carga com menos esforços. Anderson Brini, vice-presidente – Serviços Brasil, conta que já existem algumas unidades rodando em países nórdicos.

O Metso Truck Body é uma caçamba leve, revestida de borracha e projetada para caminhões fora-de-estrada. A borracha elástica absorve a energia de cada impacto, impedindo que ela atinja a estrutura. Com isso, é possível ter uma estrutura de aço de alta resistência estrutural, mais leve que o usual. Em função de sua estrutura, a caçamba pode absorver o máximo de choque com o menor peso possível.

O revestimento de borracha usado na estrutura da nova caçamba vem sendo fornecido pela Metso há várias décadas para uso como proteção de caçambas. O produto reduz a necessidade de manutenção e melhora o ambiente de trabalho dos motoristas de caminhão. Os benefícios comprovados incluem até seis vezes mais vida útil em comparação com o revestimento de aço tradicional, metade do ruído e 97% menos vibração. O Metso Truck Body pesa de 20 a 30% a menos do que o componente tradicional de caminhão revestido de aço. Dependendo da aplicação, isso se traduz em um aumento de carga de várias toneladas. A nova caçamba está disponível para todos os principais modelos de caminhões fora-de-estrada usados em mineração e pedreiras. Segundo a Metso, diversas opções de revestimento garantem o ajuste específico da aplicação, mesmo em operações que enfrentam problemas como o carry-back.

Anderson Brini destaca também o fato de que as placas de borracha são modulares, permitindo a substituição em partes. O fato de que não existem soldas, como em outros revestimentos, é outro ponto positivo, porque com o tempo elas ficam amassadas e acabam demandando a reforma da caçamba, enquanto a borracha gera praticamente zero dano na estrutura.

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