Projeto premiado pela Anglo American no Programa de Excelência em Melhoria Contínua nas categorias Metodologia Lean Six Sigma e Geração de Valor. O líder do projeto foi o técnico em perfuração e desmonte Thales Fernandes

De junho 2014 a junho de 2015 ocorreram várias perdas prematuras das ferramentas de perfuração no Minas-Rio, da mineradora Anglo American, que aumentaram consideravelmente o custo de aquisição de novas ferramentas. Para continuar com o processo produtivo, foram realizadas várias compras, que aumentaram o número de ferramentas disponíveis para uso. Para reduzir os custos, a iniciativa buscou recuperar as ferramentas, reduzir o saldo de ferramentas em uso, adequando a quantidade à demanda, e contribuir para o aumento da vida útil e redução da quantidade de itens adquiridos.

A necessidade desse projeto surgiu após o custo de aquisição ser maior que o de orçamento e também por perdas prematuras das ferramentas que comprometeram a vida útil.

O KPI adotado no projeto é o Total Tools Cost -TTC (Fórmula disponível na galeria de imagens ao final do texto).

Analisando-se a performance do período de Base Line, considerado como o ano de 2015, nota-se uma performance média de TCC de R$ 19,36/metro perfurado. Os gráficos (ver galeria de imagens ao final do texto) apresentam o comportamento do KPI no período de Base Line e o comportamento esperado no decorrer do projeto.

Propósito do Projeto

A meta do projeto era atingir o patamar médio de R$ 18,11/metro perfurado. Início do saving previsto para setembro 2016.

Ganho Previsto

O ganho estimado para o projeto era a obtenção do GAP de melhoria no total de R$ 196.304,08 (preservação de valor adotado como meta).

As contribuições para o negócio são a obtenção de um menor custo com as ferramentas de perfuração, aumento da vida útil dos bits, brocas, martelos e hastes, padronização do estoque de acordo com o cenário da operação (sem gerar estoque desnecessário), manutenção das ferramentas em tempo hábil e eliminação de perdas prematuras.

Medir - Mapa de Processo

Foi elaborado o mapeamento de todo o processo que envolve as ferramentas de perfuração, desde a entrada no armazém até o seu descarte final. O objetivo principal dentro do mapa de processo foi levantar as causas potenciais que possam impactar direta ou indiretamente no custo final da ferramenta.

Analisar

O objetivo dessa etapa é confirmar estatisticamente se as causas encontradas na etapa “Medir” realmente afetam a vida útil da ferramenta. Nessa etapa do projeto, foram elaboradas as seguintes análises:

-Matriz Esforço e Impacto;

-Plano de Ação 5W2H – Ver e Agir;

-Análise do Comportamento das Ferramentas por Diâmetro;

-Análise dos Custos vs. Metros Perfurados;

-Custo com Manutenção;

-Análise de Performance dos Bits e Brocas;

-Análise de Performance dos Bits e Brocas por Fornecedor.

Após a análise de performance das ferramentas, surgiu a ideia de analisar a performance por fornecedor na etapa “Analisar”, com o objetivo de identificar possíveis diferenças ou até mesmo para visualizar se algum teve uma melhor performance.

Melhorar

Nesta fase, foi iniciada a implementação das ações para alcançar os resultados estimados no início do projeto. Os principais pontos melhorados no processo foram:

-Aplicação correta das Ferramentas;

-Manutenção em tempo Hábil;

-Atualização da Parte Diária;

-Teste de Parâmetros Operacionais nos Equipamentos;

-Treinamento Teórico e Prático;

-Seminário de Perfuração;

-Organização do Estoque de Ferramentas.

Aplicação Correta das Ferramentas

Realizamos um Diálogo Diário de Segurança (DDS) explicativo sobre o acoplamento da ferramenta em campo, por ser uma forte causa levantada no mapeamento de processo. Esse procedimento apresenta um grande risco de perda da ferramenta se feito de maneira errada.

Manutenção das Ferramentas em Tempo Hábil

Retirar a ferramenta no tempo certo para afiação contribuiu para a redução do custo com manutenções de bits devido ao desgaste ser menor que 10mm.

Atualização da Parte Diária

O principal objetivo é melhorar o controle e a organização dos documentos, para não perder nenhuma informação referente à utilização das ferramentas. A vida útil das ferramentas é levantada por essas partes diárias. Foi colocado uma caixa box para depositá-las após o fim do turno.

Treinamento Teórico e Prático

Convidamos o especialista em perfuração Maurício Maturana, supervisor de manutenção na empresa Geosedna, para realizar um seminário de perfuração para todos os operadores, técnicos e demais pessoas que fazem parte do processo.

O seminário abordou vários assuntos referentes à perfuração e às ferramentas, desde os princípios da perfuração, os métodos aplicados, como realizar análise nas ferramentas, parâmetros operacionais de perfuração e outros assuntos que contribuíram e agregaram conhecimento para toda a equipe de perfuração. A duração desse treinamento foi de uma semana, distribuída em teoria (sala de treinamento) e prática em campo (análise das ferramentas).

Resultados Alcançados

O resultado foi melhor que o previsto: o custo médio de perfuração por metro passou de R$ 19,36 para R$ 8,50, considerando o período de maio a outubro de 2016, representando uma economia de cerca de R$ 3,6 milhões apenas neste ano.

Outro ganho obtido com o desenvolvimento deste projeto foi a utilização da ferramenta até o fim de vida útil, sem gerar descarte prematuro. Com a oficina própria de manutenção das ferramentas, o tempo de manutenção será otimizado.

Conclui-se que o custo das ferramentas está diretamente ligado à sua vida útil, pois o aumento da sua vida útil contribui para um custo menor de aquisição. A chave desse processo é o acompanhamento dos desgastes e a manutenção em tempo hábil.

Portanto, foram implementados controles que sustentarão o patamar alcançado, que visa acompanhar o desgaste das ferramentas após o uso.

Controle dos desgastes após o uso das ferramentas

Este controle é realizado após o uso na oficina de manutenção das ferramentas. Foi criado uma ficha de cadastro para cada ferramenta, com o objetivo de registrar o desgaste a cada manutenção.

A garantia que temos para manter o patamar alcançado é a verificação das ferramentas após o uso e a utilização até o fim de vida, para eliminar os descartes prematuros ou por falta de manutenção.

Um outro plano de controle é o sistema de apadrinhamento, que contempla o acompanhamento técnico das ferramentas por cada técnico de perfuração. O sistema rege que cada técnico ficará responsável por acompanhar o desgaste da coluna de perfuração de cada máquina, no início da jornada de trabalho e no último dia da jornada de trabalho (ainda em fase de implementação).

A consideração geral deste projeto é que ele, além de alcançar bons resultados, contribuiu para o crescimento pessoal e profissional de todos, através do envolvimento e da troca de experiências, resultando em um amadurecimento por completo da equipe de perfuração.