Perspectivas de expansão da produção de minerais estratégicos no país são positivas, avalia Ibram
Saldo do comércio exterior da mineração equivale a 77% do saldo brasileiro no 1º trimestre
Saldo do comércio exterior da mineração equivale a 77% do saldo brasileiro no 1º trimestre
No 1º trimestre de 2025 (1T25) a diferença entre exportações e importações de minérios (saldo de US$ 7,68 bilhões) foi equivalente a expressivos 77% do saldo da balança comercial brasileira (US$ 9,98 bilhões). Para efeito de comparação, esta parcela havia sido de 47% em todo o ano de 2024, informou o diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, durante entrevista coletiva na 3ª feira (6/5). A influência positiva na balança comercial acontece mesmo diante de um decréscimo de 13% nas exportações de minérios, em dólar, no 1T25, na comparação com o 1T24, causado, em boa parte, pela variação dos preços internacionais de minério de ferro (carro-chefe das exportações brasileiras de minérios).
Mesmo assim, no 1T25, segundo o Ibram, o setor faturou R$ 73,8 bilhões, o que representa 8,6% de aumento em relação ao 1T24 (R$ 68 bilhões), sendo que o minério de ferro respondeu por 53% desse valor, com R$ 38,8 bilhões (-12% na comparação com o 1T24). A arrecadação de impostos cresceu cerca de 8%, totalizando R$ 25,5 bilhões. Até março a mineração registrava 223 mil empregos diretos, com a geração de mais de 2 mil novas vagas.
Minas Gerais, Pará e Bahia lideraram o faturamento no 1T25, com participações de 40,0% (R$ 29,8 bilhões), 33% (R$ 24,5 bilhões) e 5% (R$ 4 bilhões), respectivamente, sendo que a Bahia apresentou crescimento de 61%, na comparação com o 1T24; MG crescimento de 5%; PA queda de 2%; GO aumento de 58%; SP elevação de 6%; MT crescimento de 60%. O faturamento do segmento ouro teve crescimento de 101%, passando de R$ 4,6 bilhões no 1T24 para R$ 9,3 bilhões no 1T25. O do segmento cobre cresceu 68%, chegando a R$ 8 bilhões, e o de bauxita subiu 21%, com R$ 1,58 bilhão.
Setor mineral apresenta perspectivas positivas
Segundo Raul Jungmann, as perspectivas de expansão da mineração no Brasil são positivas, uma vez que a demanda global, principalmente por minérios críticos e estratégicos (MCEs) para diversos fins, como transição energética, descarbonização, desenvolvimento de novas tecnologia, defesa, entre outros, tem aumentado exponencialmente e o Brasil apresenta potencial para liderar o suprimento global de várias substâncias minerais. Ele também comentou que a guerra tarifária internacional não afetou diretamente a mineração do Brasil, embora seja um movimento negativo para as relações comerciais entre nações. “Acredito que esta disputa tarifária irá proporcionar redução na dinâmica da economia global, influenciando o comércio internacional, ainda mais que China e Estados Unidos representam 45% da corrente de comércio global”, diz Jungmann.
Exportações e importações
No 1T25 foram cerca de 87,7 milhões de toneladas de produtos do setor mineral exportados (aumento de 0,3% em relação ao 1T24), mas houve queda de 14,3% em dólar (US$ 9,3 bilhões). As exportações de minério de ferro, em dólar, caíram 26,2% (US$ 5,96 bilhões) devido à queda de preços da commodity, mas, em toneladas, aumentaram 0,8% (84,8 milhões de ton.); as exportações de ouro aumentaram 54,5% em dólar (US$ 1,24 bilhão) e, em toneladas, aumentaram 16,7% (16,8 ton.); as de cobre cresceram 27,1% em dólar (US$ 957,4 milhões); as de bauxita tiveram queda de 25,3% em dólar (US$ 45,6 milhões). Em toneladas, destaque para o crescimento das vendas externas de manganês, que saltaram 292% (256,1 mil toneladas), na comparação com o 1T24. A China foi o principal destino das exportações minerais brasileiras no 1T25: para esse país foram destinadas 68,3% das exportações em toneladas.
Já as importações minerais caíram 17,1% em dólar (totalizando US$ 1,6 bilhão) e 6,3% em toneladas (totalizando 8,75 milhões de ton.). As importações minerais foram provenientes principalmente dos Estados Unidos (20,8%), Rússia (19,3%), Austrália (11,5%) e Canadá (9,3%). O saldo resultante do comércio exterior de minérios, US$ 7,68 bilhões, foi 13% menor do que o registrado no 1T24 (US$ 8,79 bilhões). No 1T25 o Brasil importou menos carvão (-38,5%), zinco (-61,4%) e rocha fosfática (-39%). Importou mais enxofre (83,1%) e pedras e revestimentos (168,5%).
Mineração recolhe mais tributos e royalty
Além do aumento de cerca de 8% na arrecadação de tributos no 1T25, a arrecadação do royalty, que é a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), ocorreu em 2.538 municípios e apresentou alta de 1,2%, totalizando R$ 2 bilhões. Minas Gerais foi responsável pelo recolhimento de 46% da CFEM, e o Pará por 37%. Em termos de substâncias minerais, o minério de ferro tem maior participação na arrecadação da CFEM, com 69%.
Investimentos
A indústria da mineração irá investir US$ 68,4 bilhões até 2029. A maior parte dos investimentos caberá a projetos de minério de ferro (28,7%); projetos socioambientais estão na sequência (16,6%) e logística (15,9%). MG, PA e BA lideram o ranking de estados que receberão os maiores aportes com participação de 24,1%, 19,7% e 13,2%, respectivamente.
O Ibram também apresentou na coletiva o MAPA IBRAM®️ (https://ibram.org.br/mapa-ibram/), que é uma ferramenta interativa e dinâmica disponível por meio do Google MyMaps®️, o mapa oferece informações georreferenciadas e foi desenvolvido com uma visão estratégica de mercado. Ele organiza os projetos, principalmente os em fase de pesquisa mineral, além das minas em operação, nas áreas de: transição energética e descarbonização, fertilizantes e remineralizadores, ouro, ferro, entre outros.
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