A Alcoa Poços de Caldas acaba de iniciar uma parceria com o Programa de Mestrado e Doutorado para Inovação (MAI/DAI), da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), para pesquisa e desenvolvimento de aplicação para pó superfino com alto teor de silício. O estudo, que avalia o uso do subproduto em processos de manufatura aditiva (tecnologias que permitem a construção de objetos tridimensionais a partir de modelos virtuais), terá duração de dois anos. 

A ideia é aplicar a técnica de Fusão em Leito de Pó a Laser (LPBF), também chamada de fusão por camadas ou impressão 3D de metais. Ela é chamada de aditiva porque envolve a construção de finas camadas de pó metálico, depositadas uma a uma sobre toda a placa de construção e, em seguida, as áreas selecionadas de pó são fundidas a laser. Este processo é repetido, camada por camada, até que a construção seja concluída. Essa tecnologia pode construir formas complexas que não são possíveis com os métodos de fundição e usinagem tradicionais.

"A manufatura aditiva oferece uma gama de possibilidades e vantagens quando falamos de fabricação e design. É possível produzir peças muito complexas sem aumento significativo de custos, agilizar a produção de protótipos e reduzir o desperdício de material em comparação com os métodos de fabricação usuais”, afirma Douglas Campos, Gerente de Produção da Fábrica de Pó de Alumínio da Alcoa Poços.

A inovação já é usada nos setores automotivo, aeroespacial e bens de consumo, mas a tendência é de crescimento em outros segmentos estratégicos de mercado, como saúde (principalmente medicina e odontologia) e ferramentaria.

“A parceria com a Alcoa tem sido fundamental no desenvolvimento do nosso grupo de pesquisa. Os desafios do projeto têm impulsionado as nossas pesquisas nas áreas de simulação do escoamento e reciclagem de pó metálico. A possibilidade de aplicação direta do conhecimento motiva os alunos, o que enriquece e fortalece o aprendizado”, diz Piter Gargarella, professor do departamento de Engenharia de Materiais da UFSCar, responsável pela parceria dentro da universidade.  

A unidade de Poços de Caldas (MG) é o marco inicial da história da Alcoa no Brasil, em 1965. Com mais de 1.200 colaboradores (diretos e indiretos), a unidade foca em pesquisa, desenvolvimento e aplicações que têm o potencial de transformar a indústria do alumínio. 

Dedicada à produção de alumina, lingotes, tarugos e pó de alumínio, a planta destina para o mercado nacional e global produtos com baixa emissão de carbono que levam o selo EcoSource. Conforme a estratégia de mineração de baixo impacto da Alcoa, a unidade adota medidas para ampliar seu legado positivo.

Não por acaso, em Poços de Caldas foi instalada a primeira planta de filtração da Alcoa no Brasil, mudando a disposição do resíduo de bauxita de úmido para seco – tecnologia referência para a indústria do alumínio, trazendo inovação e sustentabilidade para o processo.