CBA postergará a conclusão de alguns projetos de 2025 para 2027

Empresa anunciou prejuízo de R$ 50 milhões no segundo trimestre de 2023

Por Conexão Mineral 15/08/2023 - 20:00 hs
Foto: CBA
CBA postergará a conclusão de alguns projetos de 2025 para 2027
Cenário segue desafiador para a indústria global de alumínio

O cronograma dos projetos de expansão da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) será alongado, com alteração da conclusão prevista de alguns projetos em 2025 para 2027, sendo as principais postergações o restart da Sala Forno 1 e a modernização de tecnologia das Salas Fornos. Já os investimentos em reciclagem seguem conforme previsto, com a inauguração de uma linha de tratamento de sucata para 2023.

Nos últimos meses, a CBA  concentrou esforços na recuperação operacional das Salas Fornos e já observa avanços importantes, após a adoção do novo blend de coque e piche. Em julho operou em condições próximas do nível normalizado e até outubro planeja religar todos os fornos que foram desligados por conta da instabilidade.

O ajuste no cronograma é em razão das iniciativas de readequação do cronograma dos projetos, que são plurianuais e possuem flexibilidade para serem revistos de acordo com a geração de caixa operacional e condições de mercado.

Em abril, a empresa anunciou a venda da unidade de níquel (GO) para avançar no plano estratégico de focar no alumínio. A operação já foi aprovada pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

Prejuízo

A CBA registrou um prejuízo de R$ 50 milhões no segundo trimestre de 2023. O resultado foi impactado pela redução da receita líquida, que somou R$ 1,7 bilhão no período, em queda de 29% na comparação com o 2T22, e de 13% em relação aos primeiros três meses de 2023, além de outros resultados operacionais.

Segundo a empresa, o cenário seguiu desafiador para a indústria global de alumínio, refletindo os efeitos do preço médio do alumínio na LME (London Metal Exchange) de U$ 2.258/tonelada, que recuo 21% em comparação ao segundo trimestre do ano passado. Em relação ao primeiro trimestre deste ano, o preço médio na LME caiu 6%, refletindo as preocupações com o cenário macroeconômico.

Ainda de acordo com a CBA, a situação econômica global, apesar de estar dando sinais de melhora, ainda não despertou um sentimento de confiança no mercado. Aliada a isso, existe a expectativa de aumento de oferta na China, o que também trouxe um certo pessimismo frente a um cenário de demanda ainda em recuperação.  A empresa ressalta que, no segundo trimestre de 2022, a LME estava impulsionada principalmente por questões macroeconômicas, como as incertezas sobre a Guerra entre Rússia e Ucrânia. 

A receita líquida do negócio de alumínio da CBA atingiu R$ 1,6 bilhão no 2T23, o que representa uma redução de 31% em comparação ao mesmo período do ano anterior, afetada, principalmente pela queda no preço médio do alumínio na LME, além da redução de 6% no volume vendido de alumínio.

Apesar das incertezas de curto prazo, a demanda do mercado brasileiro segue consistente. No segundo trimestre de 2023, as vendas de alumínio primário totalizaram 53 mil toneladas, mantendo-se estáveis em relação ao 1T23, entretanto, com leve piora do mix de vendas, em função da redução da proporção de produtos de valor agregado (VAP). Na comparação com o 2T22, houve queda de 3% no volume de vendas. Apesar disso, a participação de VAP aumentou, com destaque para tarugos, produto destinado principalmente para o segmento de construção civil.

Ainda no segmento de alumínio primário, o crescimento do mercado de cabos de alumínio contribuiu para o aumento das vendas de vergalhões no segundo trimestre. O bom desempenho do setor de transporte tem favorecido as vendas de lingote de alumínio-silício, utilizado nas rodas automotivas.

Houve uma redução nas vendas de lingotes em comparação com o mesmo período do ano anterior em decorrência da instabilidade operacional das salas-fornos.

ESG

Em relação à agenda ESG, a empresa realizou no segundo trimestre a 2ª edição do Diálogos CBA, com o tema descarbonização, quando foi anunciado o CEO da empresa, Luciano Alves, como porta-voz ODS-13, Ação contra Mudança Global do Clima, dentro do Programa Liderança com Impacto da Rede Brasil do Pacto Global da ONU. O objetivo é engajar lideranças empresariais para acelerar a implementação dos ODS até 2030.