CPRM apresenta potencial do Rio Grande do Sul para a produção de insumos minerais para construção civil

lista 66 jazidas ou ocorrências minerais em Pelotas e Rio Grande

Por Conexão Mineral 28/12/2021 - 22:48 hs
Foto: CPRM
CPRM apresenta potencial do Rio Grande do Sul para a produção de insumos minerais para construção civil
Área de extração de brita em rochas calcárias, no município de Pedro Osório

Com o estímulo inicial de atender a crescente demanda por materiais de construção civil, o Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), por meio do Departamento de Recursos Minerais (DEREM), da Diretoria de Geologia e Recursos Minerais (DGM), finalizou o projeto Materiais de Construção da Região de Pelotas, Rio Grande e Entorno, no estado do Rio Grande do Sul.

As pesquisadoras em geociências Daiane Flora Hammes e Simone Zwirtes abordam no estudo o papel da informação geológica como indutor no desenvolvimento do setor mineral e de infraestrutura no país, além de estimular e atrair investimentos com efeitos na geração de empregos, renda e desenvolvimento social, à luz da sustentabilidade ambiental. 

Iniciado em 2018 e publicado no final deste ano, o projeto disponibiliza informações sobre o potencial na região para areia, brita, argila e saibro, que compreendem os insumos minerais mais utilizados na construção civil. O panorama do setor conta com ensaios de caracterização tecnológica dos materiais que estão sendo utilizados e a indicação de novas áreas potenciais. No total, foram listadas 66 jazidas ou ocorrências minerais. 

 A exploração de rochas ornamentais, atividade importante há alguns anos, se encontra paralisada, apesar de seu potencial. Cabe ressaltar, que no município de Rio Grande está localizado o maior porto do Estado do Rio Grande do Sul, que no passado recente, favoreceu as exportações de rochas ornamentais extraídas na região, comercializadas em blocos, especialmente para Ásia e Europa.

O setor de matérias-primas para a construção civil constitui a parcela de insumos minerais mais consumidos e, consequentemente, os mais significativos em termos de quantidades produzidas no mundo. Apesar de serem abundantes e apresentarem baixo valor unitário, o consumo desses bens é um importante indicador do perfil socioeconômico de uma determinada região.

“O projeto fornece informações importantes acerca dos insumos para a construção civil, visando o desenvolvimento socioeconômico ao disponibilizar aos gestores públicos, aos empresários do setor mineral, à comunidade e à sociedade em geral, um informe técnico-científico com a caracterização dos materiais utilizados na região.”, destaca a pesquisadora Daiane Hammes. 

Além disso, foram indicadas novas áreas potenciais para extração de materiais de uso na construção civil. Ao descobrir novas jazidas, o estudo colabora para disponibilizar insumos a custos acessíveis nas regiões metropolitanas com demanda no país. Além disso, apresenta alternativas para escassez de insumos quando a construção civil encontra-se aquecida. O estudo abrange uma área de aproximadamente 14.000 km2, que abriga 709 mil habitantes, em 11 municípios. 

A mineração é uma atividade econômica que disputa espaço com outras atividades de uso territorial, como agricultura e pecuária, e, também, com áreas de ocupação e expansão habitacional, industrial, turística e de preservação do patrimônio ambiental e cultural. Desta maneira, não é possível planejar a localização de uma lavra mineral sem considerar áreas urbanas e a dimensão dos riscos e danos ambientais desta atividade. O estudo também aponta a necessidade de investimento na caracterização tecnológica dos materiais e de modernização das atividades no setor cerâmico.

“A ausência de um planejamento da mineração, normalmente, gera conflitos territoriais, esterilização de jazidas minerais, desconforto ambiental para a população que habita os arredores das lavras, como também insegurança regulatória para investidores e aumento de preços do produto final.”, acrescenta a geóloga Simone Zwirtes. 

O projeto fornece instrumentos para o planejamento e atualização de demarcações de áreas de interesse para mineração e que podem ser levadas em consideração na elaboração de planos diretores setoriais, como os de mineração, e os projetos de ordenamento territorial geomineiro, ao classificar áreas de acordo com o potencial dos insumos de interesse e destacar polos produtores e extratores desses insumos. 

Os municípios abrangidos pelo projeto são: Pelotas, Rio Grande, Arroio Grande, Pedro Osório, Cerrito, Morro Redondo, Capão do Leão, São José do Norte, Turuçu, Arroio do Padre e Canguçu.