Inovação tecnológica no setor mineral é tema de palestra no evento da Febrageo

O IV Geopolíticas: Reservas, Hidrogeologia e Geotecnias em Mineração será realizado nos dias 4 e 5 de novembro

Por Conexão Mineral 29/10/2021 - 16:02 hs
Foto: ProConcept
Inovação tecnológica no setor mineral é tema de palestra no evento da Febrageo
Roberto Rocha, diretor comercial da ProConcept

A necessidade da elaboração de políticas públicas para incentivar as empresas do setor de mineração a investir em pesquisa e inovação, as novas tecnologias disponíveis para gestão e monitoramento das operações, questões ligadas à capacitação profissional e fiscalização são alguns dos temas que serão discutidos no IV Geopolíticas: Reservas, Hidrogeologia e Geotecnias em Mineração, que será realizado nos dias 4 e 5 de novembro. Promovido pela Federação Brasileira de Geólogos (Febrageo), o evento deste ano terá formato híbrido e os interessados poderão participar presencialmente no auditório do Crea/MG, em Belo Horizonte, ou remotamente pelo canal da entidade no YouTube. 

Na avaliação de Roberto Rocha, diretor comercial da ProConcept, esse evento é de grande importância por abordar temas relevantes para o setor, dentre os quais o da transformação digital que não é mais um conceito para o futuro e sim do presente. “Atualmente há tecnologias que permitem não apenas trazer resultados para as empresas da área de mineração, como também, e principalmente, para garantir a segurança das operações”. O executivo destaca que tudo o que requer o emprego de sensores estruturais, geotécnicos, de meio ambiente e de processos que geram dados, devem poder transitar essas informações para dentro de uma plataforma flexível, escalável e fácil de ser utilizada, a qual dará a visibilidade necessária e em tempo real das operações em campo.  Essa solução será demonstrada na palestra que Rocha apresentará no evento.  

De acordo com Fábio Augusto Gomes Vieira Reis, presidente da Febrageo e professor de Geotecnia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Rio Claro, as soluções disponibilizadas pela ProConcept são excelentes, mas é necessário também que as empresas invistam na capacitação profissional. “Não podemos esquecer que o mais importante é a experiência e a formação técnica das pessoas que trabalham na área. A tecnologia facilita e possibilita obter informações fundamentais, mas isso gera um outro gargalo que é quem analisa os dados. Se houver 100 pontos de monitoramento numa barragem e cada ponto desses tiver 4 ou 5 sensores que dão informações diferentes a cada segundo, tudo isso gera um volume enorme de dados e é imprescindível contar com pessoas capacitadas para interpretá-los corretamente”, justifica. 

Outro gargalo no setor mineral apontado por Reis é a necessidade de uma política nacional de pesquisa, desenvolvimento e inovação. A Febrageo, inclusive, já elaborou um projeto de lei nesse sentido que foi encaminhado para o Congresso Nacional. “Vários setores da engenharia nacional já contam com políticas específicas, como é o caso da área de Petróleo e Gás. Também o setor de energia elétrica, de telecomunicações, entre outros, têm uma política clara que incentiva e inclusive obriga as empresas a investir uma porcentagem do seu lucro em pesquisa interna para desenvolver tecnologias e metodologias inovadoras, como ocorre em outros países. Eles geram o conhecimento que tanto pode ser usado internamente, como em outras companhias”, destaca Reis.

O presidente da Febrageo destaca ainda que a inovação requer investimentos em pesquisa básica, no seu desenvolvimento e depois na sua aplicação prática. Mas isso depende da cultura empresarial das grandes empresas que, em geral, ainda está focada no lucro. “Se não houver incentivo, ferramentas e políticas públicas que ajudem e até obriguem essas empresas a investir no desenvolvimento de tecnologias, o setor mineral não irá evoluir”, sentencia.  Reis acrescenta que o setor mineral tem uma participação importante no PIB, como exportador, e deveria contar com um órgão de fiscalização que fosse referência até para melhorar a cultura técnica dos próprios profissionais. “O grande problema na área mineral brasileira é agregar valor. Ainda somos exportadores de commodities e importamos produtos muito mais caros”, conclui.

Palestras

As palestras que serão apresentadas no dia 4 de novembro abordarão temas referentes à legislação e questões técnicas ligadas às reservas e recursos minerais, com a participação de palestrantes tanto do setor empresarial como do setor de fiscalização e das associações que fazem a certificação profissional na área de recursos e reservas. E os temas do dia 5 incluem hidrogeologia e geotécnica de minas, focalizando questões sobre taludes, tanto na mina como em barragens, e a questão das águas subterrâneas, com palestras apresentadas por profissionais técnicos de consultorias, das empresas e dos órgãos de fiscalização.