O Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM) apresentou para a equipe de exploração da Petrobras os resultados do projeto de caracterização magnética da porção central do Lineamento Azimute 125, área com mais de 800 km de extensão e alto potencial mineral nos Estados de Goiás e Minas Gerais. A pesquisadora Loiane Moraes, da Diretoria de Geologia e Recursos Minerais (DGM) do SGB-CPRM, fez a apresentação, a convite da Petrobras, no mês de maio.

O estudo, realizado pela Divisão de Sensoriamento Remoto e Geofísica (Disege), explora uma feição com dimensões continentais que está diretamente relacionada às Províncias Alcalinas de Goiás e do Alto Paranaíba. A região apresenta alto potencial mineral, incluindo os mais importantes complexos carbonatíticos e kimberlíticos do Brasil. Os dados geofísicos utilizados na pesquisa ajudam a entender o comportamento tectônico do Az 125°. Um dos interesses por parte da Petrobrás é entender se o Lineamento Az 125° se prolonga para a plataforma continental e poderia estar associado ao Lineamento Cruzeiro do Sul.

A apresentação abordou o histórico dos estudos realizados ao longo desse lineamento, destacando principalmente os temas geofísicos, alguns estudos de caso e as possibilidades de trabalhos futuros. Mais de 800 colaboradores da Petrobras foram convidados para a reunião virtual. A pesquisadora Loiane Moraes considera a apresentação um sucesso: “participaram muitos pesquisadores de diversas áreas da Petrobras. Achei interessante os questionamentos levantados, e como a diversidade das áreas de atuação dos ouvintes pode trazer novos olhares sobre um mesmo tema. Foi uma honra poder representar nossa empresa e mostrar um pouco do que temos desenvolvido”, afirma.

O chefe da Disege, Luiz Gustavo Rodrigues Pinto, acompanhou a apresentação e sentiu o interesse e a necessidade de haver uma maior integração técnica entre as equipes do SGB-CPRM e da Petrobras. “Somos duas empresas que atuam na mesma área de Geociências, mas muitas vezes não existe uma comunicação efetiva entre os trabalhos executados por ambas. Iniciativas como essa promovem a troca de experiências entre as equipes técnicas, onde quem tem a ganhar é o conhecimento geocientífico do País”, diz.

O estudo

A pesquisa realizada pela DISEGE investiga a extensão do Az 125° e sua possível continuidade até o estado de Rondônia, por meio de dados magnetométricos. Os especialistas buscaram entender a colocação e extensão dos diques na área, além de suas possíveis idades.

Os dados obtidos não indicam que o Lineamento Az 125° tenha continuidade até o Estado de Rondônia, e mostram que os diques foram colocados ao longo de uma zona de fraqueza antiga. Segundo a pesquisadora Loiane Moraes, as informações em escala regional deste estudo poderão contribuir na pesquisa e compreensão da geologia das áreas de outros projetos. “Sabendo-se que o Lineamento Az 125° está diretamente associado a importantes províncias minerais já conhecidas, os resultados deste estudo poderão auxiliar na pesquisa e entendimento de outras províncias com características similares”, afirma.