CPRM apresenta projetos para potenciais investidores

Evento realizado em Londres reuniu executivos de 75 países

Por Conexão Mineral 08/12/2016 - 14:25 hs
Foto: CPRM
CPRM apresenta projetos para potenciais investidores
CPRM apresentou a investidores em Londres os projetos brasileiros que serão oferecidos ao mercado

O diretor-presidente do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Eduardo Ledsham, apresentou aos investidores, durante o evento Mines & Money realizado recentemente em Londres,  os projetos da CPRM que serão oferecidos ao mercado. Os projetos são Fosfato Miriri (PE-PB), Carvão de Candiota (RS), Cobre de Bom Jardim (GO) e Cobre, Chumbo e Zinco de Palmeirópolis (TO) e foram definidos como prioridade dentro do Programa de Parcerias de Investimento (PPI), lançado pelo governo para estimular a atração de novos investimentos em diversos setores da economia, inclusive, o setor de mineração. 

Ledsham destacou que o País importa cerca de 95% do potássio e 55% de fosfatos utilizados na agricultura. Ressaltou que o projeto Fosfato de Miriri tem capacidade para atender a demanda dos Estados de Pernambuco e Paraíba. Sobre Palmeirópolis, Ledsham frisou que ele possui potencial para ser expandido, pois numa primeira campanha de perfuração onde foram realizados 165 furos com 16.000 m, foram identificadas mineralização de sulfetos maciços e disseminados com créditos de ouro com graus 11,0 g / t Au. O total inferido Recursos é de 6,6 Mt @ 3,65% Zn; 0,57% Pb; 0,81% de Cu, 98,84 ppm de Cd; 17,55 g / t Ag. 
Ledsham destacou que os projetos da CPRM possuem infraestrutura capaz de escoar a produção, como estradas, portos, ferrovia, energia, água e mão de obra qualificada. “Outro fator importante para o sucesso desses empreendimentos é que análises socioambientais preliminares não identificaram restrições ambientais que poderiam impedir o andamento desses projetos.” Ledsham explicou que os critérios para seleção das empresas vencedoras da licitação pública serão o maior investimento proposto para concluir a pesquisa em três anos. “ Em caso de sucesso, o vencedor pagará o royalty - a ser definido-, após o início da operação.”
A principal mensagem do diretor-presidente aos investidores é que o “jogo mudou no Brasil” e agora o país parte para o ataque em busca de investimentos para aumentar e diversificar a matriz mineral e incentivar a inovação no setor com foco no desenvolvimento tecnológico para alavancar a produtividade, gerar divisas e novos empregos.
Ledsham destacou que o governo brasileiro está articulando junto com a iniciativa privada e Congresso Nacional uma agenda capaz de resgatar a credibilidade do setor e garantir segurança jurídica e previsibilidade aos investidores, com regras claras e flexibilização de acesso as áreas com potencial para atividade de mineração. Ele explicou que a meta do governo é passar de 4% para 6% a participação do setor no PIB. Para isso, de acordo com ele, o governo se afastou de uma tendência intervencionista para incentivar o empreendedorismo e a atração de investimentos estrangeiros.
“O governo brasileiro priorizou a atração de investimento privado para o setor ao licitar projetos da CPRM em Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Sul, Goiás e Tocantins, como parte de um programa de concessão”, disse, citando também outros 22 mil direitos de exploração mineral em todo o Brasil, que serão licitados pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). De acordo com ele, ambos os processos de licitação serão iniciados no primeiro trimestre de 2017.
O diretor-presidente garantiu que há um esforço para abrir a mineração brasileira investidores. De acordo com ele, o primeiro passo é criar condições para investimentos na fronteira brasileira por empresas estrangeiras, o que representa quase 23% da superfície do País. Já o segundo é reiniciar programas de exploração mineral em uma das últimas fronteiras de greenfield (novos projetos) para depósitos de ouro de classe mundial, na Reserva Nacional do Cobre (Renca), uma área com mais de 33.000 km² com sequências vulcano-sedimentares arqueanas distribuídas ao longo de 160 km, onde já existe mapeada pela CPRM mais de 40 ocorrências de ouro.
Ledsham mencionou aos investidores razões para se investir no Brasil, entre elas, comentou o potencial do País para novas descobertas e fertilidade como do Canadá e Austrália, sendo que, o Brasil ainda possui baixa maturidade, pois recebe menos de 3% do investimento total em exploração mineral em todo o mundo. “Nosso Desafio é aumentar o nível de investimento para diversificar e colocar mais minas em produção, isso naturalmente dará impulso ao setor com reflexos no PIB”, explicou.
Ledsham afirmou ainda que é um consenso global de que o Brasil é um dos principais players da indústria de mineração. “O país produz cerca de 80 substâncias minerais diferentes e é o principal fornecedor global de minério de ferro, nióbio, bauxita, grafite, entre outras commodities. A receita total gerada em 2015 foi de US $ 25,8 bilhões. Existem 8.400 empresas mineiras em atividade no País, gerando 180 mil postos de trabalho. 

O diretor-presidente também informou que nos últimos cinco anos, a CPRM, realizou um esforço para cobrir o País com levantamento geofísico e geoquímico de alta precisão.“Quase 95% dos terrenos com potencial para ouro, diamantes, metais básicos, minério de ferro e outros metais foi coberto e toda a base de dados e informações estão disponíveis para a indústria de mineração em nosso site, sem nenhum custo”, ponderou.

Eduardo Ledsham disse que o País está fazendo o dever de casa para ser mais competitivo no setor de mineração. “Inovação e tecnologia são as chaves para seremos competitivos”, afirmou citando como exemplo, o projeto de minério de ferro S11 D da Vale, onde a mina e usina usarão 93% menos água, com base em técnicas de moagem seca e 77% menos combustível, pois o transporte será feito por um sistema que substitui os tradicionais caminhões. A iniciativa irá produzir 50% menos emissões de gases de efeito estufa, quando comparado com os métodos convencionais. O projeto também não terá barragens de rejeitos.

Ledsham citou também o sistema de minério de ferro Minas-Rio, da Anglo American, que integra mina, planta, pipeline e porto, e a Avanco, a primeira empresa júnior a operar uma mina no distrito Carajás, no Pará. “Novos conceitos técnicos e modernos levantamentos de exploração integrados podem acelerar os programas de exploração no Brasil”, afirmou, lembrando que a maioria das minas brasileiras são a céu aberto e há um “tremendo potencial para desenvolver projetos subterrâneos. A Província de Ouro de Tapajós no Brasil é um exemplo, assim como províncias consideradas mais maduras, como o quadrilátero de ferro”, avaliou.