Governo Federal disponibiliza 30 novos mapas e banco de dados atualizados sobre o Quadrilátero Ferrífero

Por Conexão Mineral 16/12/2020 - 18:24 hs
Foto: CPRM
Governo Federal disponibiliza 30 novos mapas e banco de dados atualizados sobre o Quadrilátero Ferrífero
Pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil em etapa de campo dos projetos de mapeamento geológico

O Governo Federal, por meio do Ministério de Minas e Energia (MME) e do Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), lançou 30 novos mapas geológicos do Quadrilátero Ferrífero, uma das mais importantes províncias minerais do país, que juntamente com Carajás, corresponde a mais de 90% da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) arrecadada.

Com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre a geologia e os recursos minerais, fomentar a indústria mineral e melhorar a gestão do espaço físico em uma das regiões mais populosas de Minas Gerais, foram finalizados 28 mapas geológicos em escala de detalhe, de 1:25 mil e dois mapas de integração regional em escala de 1:75 mil. Os mapas são acompanhados de um conjunto de bancos de dados georreferenciados com informações sobre afloramentos, petrografia, geoquímica e recursos minerais. Os produtos já estão disponíveis para consulta pública e gratuita no GeoSGB e no Repositório Institucional de Geociências, além de artigo publicado no Journal of the Geological Survey of Brazil.

O Quadrilátero Ferrífero é considerado Área de Relevante Interesse Mineral (ARIM) pelo Governo Federal. Nesta etapa, o mapeamento foi realizado em dois setores do Quadrilátero Ferrífero, em uma área de 3.000 km² que engloba as cidades de Belo Horizonte, Nova Lima, Caeté, Sabará, Santa Bárbara, Barão de Cocais e Raposos, e no setor noroeste, em 2.250 km², que inclui as cidades de Pará de Minas, Pitangui, Nova Serrana, Onça do Pitangui e São José da Varginha.

O Serviço Geológico do Brasil-CPRM deu início ao projeto para atualizar a cartografia com uso de novas metodologias nesta área de extrema relevância para o Brasil. “Apesar de se tratar da província mineral mais conhecida do país, ainda não possuía, em algumas áreas, cartografia em escala de 1:25 mil, portanto este lançamento atende a meta de aumentar o conhecimento geológico, abrangendo cerca de 75% do Quadrilátero Ferrífero, com cartografia geológica de detalhe”, explicou o gerente de Geologia e Recursos Minerais do SGB-CPRM em Belo Horizonte, Marcelo Marinho.

Além dos mapas, o banco de dados é outra ferramenta importante. Os projetos disponibilizam descrições de 3.539 afloramentos, 784 lâminas petrográficas, 280 amostras com análises litogeoquímicas, 17 análises geocronológicas (U/Pb), 136 recursos minerais cadastrados e um acervo de 1.185 amostras. “Trata-se de produtos de grande envergadura, fonte de informação no campo econômico, científico e social, que integra todo o avanço das atividades acadêmicas e minerais executadas ao longo dos últimos 50 anos, trazendo ao público, dados atualizados da constituição do território, passando pela existência e potencial dos recursos minerais da região”, ressaltou.

O Quadrilátero Ferrífero é uma das mais importantes províncias minerais do País, conhecida mundialmente por seus depósitos de classe mundial de ferro, manganês e ouro, além de gemas de rara beleza como o topázio imperial. Ocupa uma área aproximada de 7.000 km² na porção centro-sudeste de Minas Gerais, na região mais populosa do estado. É reconhecido como um importante terreno pré-cambriano com recursos minerais significativos.

Durante o ciclo do ouro, aproximadamente entre 1700 e 1820, o Brasil foi o maior produtor mundial de ouro. Estima-se que neste período tenham sido extraídas por volta de 1.000 toneladas de ouro, entre produção declarada e contrabandeada, provenientes principalmente de aluviões e de outros depósitos superficiais da região do Quadrilátero Ferrífero. Sua riqueza mineral fez com que se tornasse um importante vetor econômico e cultural para nosso país, e remonta ao próprio surgimento do estado de Minas Gerais, persistindo até os dias atuais. O lançamento ocorre quando Minas Gerais comemora 300 anos de história.