Valor da produção mineral brasileira aumentou 9% no segundo trimestre
Estado do Pará foi responsável por 42,7% e Minas Gerais registrou 37,6%
O desempenho das exportações de minérios nos dois primeiros trimestres foi decisivo para manter positivo o saldo da balança comercial brasileira: o saldo comercial mineral corresponde a 50% do saldo total, mesmo com os impactos negativos da pandemia do novo coronavírus (covid-9) afetando os principais mercados compradores dos minerais brasileiros – países asiáticos e europeus. Os dados da indústria da mineração referentes ao 2º trimestre e ao 1º semestre de 2020 foram divulgados hoje (21/7) pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), que congrega mineradoras responsáveis por mais de 85% da produção nacional.
No 2º trimestre de 2020, o saldo do setor mineral, de quase US$ 6 bilhões, correspondeu a cerca de 33% do saldo Brasil (US$ 18 bilhões): as exportações do setor mineral totalizaram aproximadamente US$ 7 bilhões (14% das exportações brasileiras) e as importações cerca de US$ 1,5 bilhão (4% das importações brasileiras).
O consolidado do 1º semestre de 2020 revela que as exportações de minérios tiveram ligeira queda de 3% em US$ na comparação com igual período de 2019 e as importações queda de 31%.
No 2º trimestre de 2020, as mineradoras alcançaram faturamento de R$ 39 bilhões (excluindo-se petróleo e gás), um aumento de 9% em relação ao 1º trimestre (R$ 36 bilhões). O aumento se deve, basicamente, à valorização cambial e à variação dos preços internacionais, principalmente de minério de ferro, ouro e cobre. As participações mais expressivas dos minérios nesse faturamento do 2º trimestre são: minério de ferro (59% = R$ 23 bilhões), ouro (14% = R$ 5,4 bilhões) e cobre (8% = R$ 3 bilhões).
Ao avaliar o impacto positivo da mineração na balança comercial, Wilson Brumer, presidente do Conselho Diretor do IBRAM, diz que desde o início da pandemia as mineradoras adotaram severas medidas de prevenção, de contenção e de combate à covid-19. Transferiu boa parte de seu pessoal para home office e protegeu a saúde dos empregados dedicados à produção mineral.
“Assim, conseguiu manter praticamente estáveis os níveis de produção. Se o setor tivesse interrompido suas funções – como ocorreu em outros países – a crise econômica alimentada pela pandemia seria bem mais aguda no Brasil”, ainda mais que, em razão de sua essencialidade no fornecimento de insumos para outras indústrias, inclusive o agronegócio, o setor opera de forma responsável e segura para evitar um desabastecimento generalizado”, diz o dirigente.
As perspectivas do setor mineral são otimistas, na visão do Ibram, se a pandemia não obrigar tanto o Brasil quanto outros países a adotarem medidas mais restritivas para superar o alastramento da pandemia.
Wilson Brumer ressalta que o segmento de agregados, por exemplo, não sofreu tanto quanto se imaginava no início da pandemia. A produção destinada à fabricação de cimento até melhorou um pouco e a que se destinada a geração de pedra britada também não foi tão impactada. Ele destaca o potencial positivo da área de construção civil para geração de empregos e renda e espera ainda uma retomada das obras de infraestrutura.
Segundo Flávio Ottoni Penido, diretor-presidente do Ibram, há cautela quanto às perspectivas porque a pandemia não está 100% sob controle, porém, há indicadores positivos a serem levados em conta: “os mercados compradores estão em fase de retomada das atividades, então os minérios brasileiros voltam a ter demanda aquecida e preços em elevação. Isso é muito positivo tanto para os municípios mineradores e suas regiões – onde estão instaladas as mineradoras exportadoras – quanto para o país como um todo, já que as divisas geradas com exportações resultam de um maior nível de atividade econômica interna e, além disso, proporcionam saldos positivos da balança comercial, essencial para a estabilidade econômica e para gerar perspectivas positivas para o país”.
Ele ressalta também que no ano que vem teremos a retomada das operações da Samarco e a produção de pelotas tem maior valor agregado. A Vale também tem pelotizadoras ainda paralisadas por conta de Brumadinho, mas que podem voltar à produzir.
Adicionalmente à sua análise sobre as perspectivas para os próximos meses, Flávio Penido lembra que “internamente, tivemos na semana passada uma excelente amostra de como as mineradoras e as empresas fornecedoras estão investindo em novos negócios, se preparando para maior movimentação do mercado”.
Ele se refere ao e-mineração: Evento Virtual de Negócios, que o Ibram organizou nos dias 15 e 16/7, que colocou ‘frente a frente’ em ambiente virtual 22 grandes mineradoras e quase 600 fornecedores com o objetivo de fechar negócios. “Um evento de negócios reunir 18.000 participantes virtualmente em dois dias, em plena pandemia, significa que os empresários estão otimistas quanto ao futuro. Foram realizados debates, palestras e, principalmente, criamos oportunidades de negócios para os pequenos e médios fornecedores, de forma inédita”, conclui.
Segundo os dados apurados pelo Ibram, os investimentos das mineradoras no Brasil são estimados em US$ 32,5 bilhões para o período 2020-2024, valor que se mantém estável desde novembro de 2019.
R$ 900 milhões em contribuições para superar pandemia
Além de contribuir para uma maior movimentação da economia com iniciativas como o e-mineração e os investimentos em suas plantas industriais, o setor mineral age para que as comunidades tenham melhores condições de vencer a pandemia. A mineração brasileira faz ações voluntárias em prol das comunidades, além de doações de equipamentos diversos, inclusive hospitalares, cestas básicas, entre outros itens, até agora avaliados em cerca de R$ 900 milhões. “O setor mineral fez e continuará fazendo contribuições para a compra de EPIs, respiradores, equipamentos médicos, testes para ajudar hospitais e postos de saúde a se prepararem para a pandemia, diminuindo assim o impacto da covid-19 na sociedade brasileira”, afirma Wilson Brumer.
A manutenção das atividades minerárias durante a pandemia gerou caixa aos cofres públicos. No 2º trimestre de 2020, por exemplo, o setor mineral recolheu um total aproximado de
Do total de R$ 13,5 bilhões no 2º trimestre, cerca de R$ 1,1 bilhão correspondem ao recolhimento de CFEM, a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais, considerada o royalty do setor. Este valor de CFEM é cerca de 10% menor do que o do 2º trimestre de 2019 e cerca de 6% maior na comparação com o do 1º trimestre de 2020. Na comparação entre o 1º semestre de 2020 e o de 2019 temos que este ano o recolhimento de CFEM se mostra 1,4% superior.
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