CPRM e INPE estudam ferramentas matemáticas para geração de mapas de riscos para barragens

Professor Laércio Massaru Namikawa apresentou sua pesquisa em reunião realizada no Rio de Janeiro

Por Conexão Mineral 06/01/2020 - 14:08 hs
Foto: CPRM
CPRM e INPE estudam ferramentas matemáticas para geração de mapas de riscos para barragens
Professor Laércio Massaru Namikawa, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)

Pesquisadores do Departamento de Gestão Territorial (DEGET) do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) participaram de uma reunião com o professor Laércio Massaru Namikawa, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), para conhecer sua pesquisa sobre o uso de Ciências Matemáticas para redução de riscos de desastre com foco em rupturas de barragens. O encontro ocorreu no Escritório da CPRM no Rio de Janeiro, em dezembro, e a metodologia apresentada será implementada pela CPRM em seus futuros estudos em locais com presença de barragens, cujo piloto será na região de Carajás (PA).

O doutor em Geografia e mestre em Computação Aplicada, Namikawa, apresentou aos pesquisadores os modelos e softwares utilizados para realizar o mapeamento de áreas susceptíveis a inundação e ao atingimento por lama. O professor utilizou um modelo de Conservação de Massa e Momento de código aberto chamado Titan2D e o software TerraHidro, desenvolvido no INPE, que contém a geração do modelo HAND (Altura Acima da Drenagem mais Próxima). Os dados utilizados na pesquisa foram do Modelo Digital de Elevação (SRTM 30 metros), adquiridos durante o vôo de um ônibus espacial em fevereiro de 2000 e disponibilizado pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, sigla em inglês).

Segundo Namikawa, a ideia do projeto é verificar a possibilidade de utilizar estas ferramentas para gerar os mapas de risco de atingimento por ruptura de barragens, complementando outros mapas de risco e ferramentas existentes. "Os recentes casos de ruptura de barragem de rejeitos em Brumadinho e Mariana demonstraram que os mapas de risco existentes não correspondiam à realidade ou estavam inacessíveis ou não comunicados para as pessoas em risco”.

O professor explicou também que a utilização de ferramentas de código aberto e dados gratuitos permite que estes mapas sejam produzidos abertamente. As vantagens desta iniciativa são: confrontar mapas de risco existentes e trazer o conhecimento do risco para as populações locais.

Segundo Jorge Pimentel, pesquisador em Geociências do DEGET/CPRM que convidou Namikawa para a reunião, a utilização desses aplicativos é muito necessária para os estudos que a CPRM vai desenvolver com relação a ruptura de barragens. “Iremos aplicar a metodologia em uma barragem específica, localizada em Parauapebas, no Pará, rompendo virtualmente a barragem com auxílio dos aplicativos. Esse processo recebe o nome de “dam break”. Pimentel explicou também que, em fevereiro, haverá uma outra reunião em Belém, em que o professor irá treinar os pesquisadores da CPRM com sua metodologia.