Diamante Matrioska: Alrosa descobre pedra única, contendo outra em seu núcleo

Imagens de Raio-X e vídeo divulgados pela mineradora russa mostram os detalhes do diamante inédito no mundo

Por Conexão Mineral 04/10/2019 - 15:05 hs
Foto: Alrosa
Diamante Matrioska: Alrosa descobre pedra única, contendo outra em seu núcleo
Diamante pode ter mais de 800 milhões de anos

Um diamante incomum contendo outro diamante movendo-se livremente em seu núcleo foi divulgado pela mineradora russa Alrosa, extraído em Yakutia, na divisão de processamento e mineração Nyurba. Devido à sua peculiaridade, a pedra ganhou o nome da tradicional boneca russa Matrioska ("Matryoshka"), que também contém outras em seu interior. Segundo os especialistas que estudaram a descoberta, este é o primeiro diamante desse tipo na história da mineração global de diamantes. 

Segundo os cientistas, o diamante pode ter mais de 800 milhões de anos. Apesar de sua estrutura complexa, pesa apenas 0,62 quilates (0,124 gramas) e  dimensões máximas de 4,8 x 4,9 x 2,8 mm. O volume da cavidade interna é de 6 mm cúbicos e o volume interno de cristal é de 1,6 mm cúbicos com um peso estimado de 0,02 quilates (0,004 gramas). O diamante interno tem uma forma tabular e dimensões de 1,9 × 2,1 × 0,6 mm.

Especialistas da Yakutsk Diamond Trade Enterprise descobriram esse diamante incomum durante um processo de classificação. Eles o entregaram à Empresa Geológica de Pesquisa e Desenvolvimento da Alrosa. Com base nos resultados de diversos estudos, os cientistas fizeram uma hipótese sobre como o cristal foi formado. Segundo eles, inicialmente havia um diamante interno, e o externo foi formado durante os estágios subsequentes de crescimento.

"O mais interessante para nós foi descobrir como o espaço aéreo entre os diamantes interno e externo foi formado. Temos duas hipóteses principais. De acordo com a primeira versão, um mineral do manto capturou um diamante durante o seu crescimento e depois foi dissolvido na superfície da Terra. De acordo com a segunda versão, uma camada de substância policristalina porosa de diamante foi formada no interior do diamante por causa do crescimento ultra-rápido, e processos mais agressivos o dissolveram posteriormente. Devido à presença da zona dissolvida, o diamante começou a se mover livremente dentro de outro, segundo o princípio da boneca Matrioska. Até onde sabemos, ainda não existiam tais diamantes na história da mineração global. Esta é realmente uma criação única da natureza, especialmente porque a natureza não gosta de vazio. Geralmente, alguns minerais são substituídos por outros sem formação de cavidade", afirma Oleg Kovalchuk, vice-diretor de inovações da Empresa Geológica de Pesquisa e Desenvolvimento da Alrosa.

Acesse o vídeo divulgado pela Alrosa, no qual é possível ver o diamante interno se movendo livremente, clicando aqui.


(Imagem: Alrosa)