Descomissionamento de plataformas de petróleo foi tema de evento no Rio de Janeiro

Por Conexão Mineral 19/07/2019 - 15:51 hs
Foto: Ramboll

Muitas das plataformas fixas de petróleo, no Brasil e no mundo, estão atingindo o limite de vida útil de seus projetos. A perspectiva da Petrobras, por exemplo, é de que sejam desativadas de 15 a 20 de suas plataformas no Brasil até 2020, incluindo seus sistemas submarinos correspondentes. Ao todo no País, 79 plataformas já se encontram em estágios iniciais de descomissionamento. Na avaliação da Ramboll, o descomissionamento das plataformas requer uma análise prévia de risco, para que a decisão a ser tomada seja a mais adequada e segura sob o aspecto ambiental.

Para debater o assunto, Melinda Truskowski, diretora para as Américas no setor de Óleo & Gás da Ramboll, apresentou o Painel “Soluções Técnicas e Boas Práticas no Descomissionamento Offshore”, no 3º Workshop sobre Descomissionamento de Plataformas e Desmonte de Navios, na Sociedade Brasileira de Engenharia Naval (Sobena, realizado no dia 17 de julho, no Rio de Janeiro (RJ). 

Com 30 anos de experiência no setor de Óleo & Gás e consultoria ambiental, Melinda apresentou a palestra “Estratégias de Redução de Custos por meio do Planejamento e Gestão de Materiais de Demolição”, na qual mostrou a importância de um planejamento bem delineado no processo de descomissionamento e também como aplicações e metodologias de ponta, como a análise NEBA (Net Environment Benefit Analysis), possibilitam a avaliação dos riscos, benefícios e trade-offs entre as opções que atendem a regulação brasileira e as boas práticas internacionais.

“A metodologia NEBA, por exemplo, age como uma forma de medir a perda de serviços ecossistêmicos não contabilizados em processos convencionais de avaliação comparativa. Isso ajuda a identificar o equilíbrio apropriado entre riscos e benefícios plausíveis e as compensações ambientais, sociais e econômicas associadas entre as alternativas concorrentes. Em termos mais simples, a NEBA pode ser usada para determinar, para cada alternativa considerada, se os impactos prejudiciais de uma ação superam os benefícios finais”, explica Melinda.

Nas aplicações offshore de descomissionamento, a metodologia reduz os custos totais, aumenta os benefícios socioambientais, otimiza o projeto, além de facilitar a análise ao fazer a correlação entre métricas monetárias e não monetárias, servindo também como base para avaliação comparativa de opções de engenharia.

Além disso, Melinda, que ao longo de sua carreira ocupou vários cargos seniores que incluíram gerenciamento operacional e desenvolvimento de negócios e liderou iniciativas globais de petróleo e gás não convencionais, apresentou exemplos de descomissionamento de plataformas offshore realizados ao redor do mundo que reduziram custos para as empresas e minimizaram o impacto ambiental. 

“O alcance global da Ramboll permite identificar abordagens alternativas e inovadoras que podem ser aplicadas nas plataformas nacionais. O foco da empresa está na tomada de decisão ambiental, construída sobre um nível robusto de evidência científica com precisão suficiente para ser passível de defesa junto aos órgãos reguladores e acionistas”, conclui.