S11D completa um ano de operação e encerrará 2017 com 22 milhões de toneladas produzidas

Em 2018, a expectativa de produção é de 50 a 55 milhões de toneladas. Em 2019, a previsão é de 70 a 80 milhões, atingindo a capacidade de 90 milhões de toneladas em 2020

Por Conexão Mineral 21/12/2017 - 11:39 hs
Foto: Ricardo Teles/Vale
S11D completa um ano de operação e encerrará 2017 com 22 milhões de toneladas produzidas
Lavra em S11D com o sistema truckless

O Complexo S11D Eliezer Batista completou, este mês, um ano de operação com a estimativa de produzir 22 milhões de toneladas de minério de ferro em 2017. O sistema truckless (conjunto de escavadeira, britadores e correias transportadoras) iniciou sua operação de forma antecipada em relação ao cronograma original do projeto e está performando acima do previsto para o primeiro ano de ramp up, de acordo com a mineradora. De janeiro a novembro, a produtividade chegou a 6,5 mil de toneladas por hora para uma capacidade de 8 mil de toneladas por hora. Em 2018, a expectativa de produção é de 50 a 55 milhões de toneladas. Em 2019, a previsão é de 70 a 80 milhões, atingindo a capacidade de 90 milhões de toneladas em 2020.

Maior projeto da história da mineração, o Complexo S11D inclui mina, usina, logística ferroviária e portuária e recebeu investimentos de US$ 14,3 bilhões. Trata-se, ainda, do maior investimento privado realizado no Brasil nesta década e que impacta positivamente as exportações brasileiras, trazendo novo impulso ao desenvolvimento econômico e social do país, em especial aos Estados do Pará e Maranhão. As operações da Vale em Minas Gerais também foram beneficiadas, já que parte do minério nelas produzido vem sendo misturado (blending) com o minério do Sistema Norte, composto pelas minas do S11D e Carajás, favorecendo a competividade do minério brasileiro no mercado internacional. 

O S11D permite à Vale também reduzir o custo de produção.  A estimativa é de que, em 2020, o custo do minério de S11D entregue no Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, em São Luís (MA), excluindo os royalties, o chamado custo-caixa C1, fique em US$ 7,7 por tonelada - 47% menor que o custo C1 médio da Vale atual. O ramp up da nova mina está inserido também na chamada segunda onda de produtividade da Vale, que prevê melhoria no desempenho, por meio da inovação e automação, redução de custo através da implementação de programa de gestão, entre outras ações.

Segundo Josimar Pires, diretor de Operação do Complexo S11D, o primeiro ano representa uma conquista para todo mercado de mineração. "O S11D reúne o avanço tecnológico que a atividade de mineração vem buscando para o mercado. Por isso, estaremos focados em garantir a operação de maior produtividade e eficiência operacional do segmento, aliada ao desenvolvimento social e forte compromisso ambiental", afirma.

O investimento no S11D, que compreende mina, usina, ferrovia e porto, é da ordem de US$ 14,3 bilhões, US$ 6,4 bilhões estão sendo aplicados na implantação da mina e da usina e US$ 7,9 bilhões referem-se à construção de um ramal ferroviário de 101 quilômetros, à expansão da Estrada de Ferro Carajás (EFC), com obras no Maranhão e Pará, e à ampliação do Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, em São Luís (MA). No terceiro trimestre deste ano, as obras de todo o S11D, incluindo mina, usina e logística associada, alcançaram 92% de avanço físico consolidado, sendo composto por 99% na mina e 86% na logística.

Arrecadação

De junho de 2004 a novembro de 2017, a Vale repassou ao município de Canaã, cerca de R$ 870 milhões em arrecadação, considerando apenas o pagamento da CFEM (Compensação Financeira pela Exploração Mineral) e do ISS (Imposto sobre Serviços). O valor inclui o início do repasse da CFEM fruto da atividade do minério de ferro, além do recolhimento oriundo do cobre, que é realizado desde 2004, quando foram iniciadas as operações da Mina do Sossego no município.

Nesse primeiro ano de operação, considerando apenas cinco dos mais de 100 impostos e tributos aplicados sobre a atividade de mineração, o S11D já gerou quase R$ 150 milhões de pagamentos de impostos e taxas para União, o Pará e a cidade de Canaã. Deste total, cerca de R$ 30 milhões referem-se à CFEM, dos quais R$ 19 milhões (65% do total) foram transferidos para Canaã, que recebeu ainda R$ 51 milhões de Imposto sobre Serviços (ISS). A produção do minério de ferro em Canaã, com a entrada do S11D, gerou ao governo do Pará, em um ano, cerca de R$ 66 milhões, provenientes do pagamento de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias), Taxa de Fiscalização de Recursos Minerais (TFRM) e da Taxa de Fiscalização de Recursos Hídricos (TFRH).

Desde o início da implantação do Projeto S11D em 2013 até esse primeiro ano de operação, a Vale investiu também mais de R$ 150 milhões em ações sociais com a execução de um conjunto de 40 obras em parceria público-privada com a prefeitura de Canaã. Entre elas, estão a construção e a reforma de oito escolas municipais, que passaram a contar com infraestrutura de qualidade, salas climatizadas, quadras esportivas cobertas e prédios adaptados a pessoas com deficiência. O hospital público da cidade foi reformado e ampliado, o que permitiu quase dobrar a capacidade de atendimento. A unidade recebeu ainda uma área cirúrgica, uma maternidade e uma sala de cuidados com recém-nascidos. 

Tecnologia

Uma das principais soluções de produtividade que transformam a mina de S11D em referência em termos ambientais é a adoção do sistema truckless, um conjunto de estruturas composto por escavadeiras e britadores móveis interligados por correias transportadoras que, juntos, somam cerca de 68 quilômetros de extensão. Operando na mina, o sistema substitui os tradicionais caminhões fora de estrada utilizados na mineração convencional. Sem os caminhões, a Vale reduz em cerca de 70% o consumo de diesel, reduzindo a produção de resíduos, tais como pneus, filtros de óleo e lubrificantes.

A usina de beneficiamento utiliza a rota de processamento à umidade natural, que permite reduzir em 93% o consumo de água, o equivalente ao abastecimento de uma cidade de 400 mil habitantes. Outra vantagem é a eliminação de barragens de rejeitos.

Com o truckless, somado ao beneficiamento à umidade natural, a Vale terá uma redução anual de, no mínimo, 50% das emissões de gases do efeito estufa, o que significa cerca de 130 mil toneladas de CO2 equivalentes que deixarão de ser emitidas. Haverá ainda uma economia de 18 mil MWh/ano de eletricidade, o consumo igual ao de 10 mil residências.