Drenagem ácida de mina foi tema de curso organizado pela CPRM e DNPM

Por Conexão Mineral 23/10/2017 - 10:57 hs
Foto: CPRM
Drenagem ácida de mina foi tema de curso organizado pela CPRM e DNPM
Mina de carvão da Copelmi

O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) sediou, entre os dias 16 e 18 de outubro, na Superintendência Regional de Porto Alegre, o curso Drenagem Ácida de Mina, organizado em parceria com o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e ministrado pelo especialista em recursos minerais do DNPM/RS Luis Carlos Zancan Filho. O curso tem o objetivo de capacitar gestores públicos de órgãos que trabalham com mineração e passivos ambientais para entender como se forma a drenagem ácida de mina e sobre as melhores técnicas de manuseio, tratamento, controle, visando promover melhor compreensão sobre o processo de recuperação de áreas degradadas. O curso teve como público procuradores e técnicos Advocacia Geral da União (AGU), técnicos do Ministério Público Federal (MPF), técnicos da Fepam, do Ibama, Ministério de Minas e Energia e técnicos da CPRM e DNPM.

De acordo com Luis Carlos Zancan Filho, a drenagem ácida de mina é um dos mais graves impactos ambientais associados à atividade de mineração, sendo gerada quando minerais sulfetados presentes em resíduos de mineração são oxidados em presença de água. No processo, o PH da água é reduzido, tornando-se ácido e liberando vários metais, que podem se bioacumular e se biotransformar prejudicando os ecossistemas locais. “O curso traz uma visão de quanto sai para recuperar esses passivos, como se faz para evitar esses passivos e o que pode ser feito para tentar remediar o que a mineração deixou para trás”, explicou.

Em Santa Catarina, a CPRM executa a recuperação ambiental de 1,2 mil hectares de áreas de responsabilidade da União degradadas pela exploração do carvão e o monitoramento dos recursos hídricos nestas áreas de recuperação ambiental na bacia carbonífera. Sobre isso, Zancan reforça que o maior problema em se tratando de drenagem ácida de mina hoje é a bacia carbonífera de SC, embora esteja presente, sendo bem mais controlada, nas minas de carvão no RS e no PR e em minas de sulfetos metálicos como cobre e chumbo. “Esses passivos existem, no caso de Santa Catarina ficou um passivo muito grande, inclusive a CPRM executa a recuperação ambiental e integra grupo interministerial de trabalho que procura sanar esses passivos deixadas por minas órfãs, por meio do seu corpo técnico capacitado e investindo recursos para que os processos de recuperação ambiental utilizem a melhor técnica possível”, avaliou.

Por fim, alerta que o risco ambiental de gerar drenagem ácida de mina depende de diversos fatores, como tipo de minério, tipo de sulfeto, quantidade de água utilizada e método de lavra. No entanto, evitar que as superfícies de rejeitos que contém minerais sulfetados fiquem expostas a condições oxidantes em presença de água é fundamental para a prevenção e minimização da drenagem ácida de mina. “Existem tecnologias limpas, a questão é o custo para emprego dessa tecnologia, que pode tornar inviável a operação. Esse cuidado é que será o fator crucial no impacto ambiental que a mineração vai gerar”, finalizou.