A Volvo investirá R$ 1 bilhão no período 2017-2019, sendo 90% aplicados no Brasil e o restante principalmente na expansão da rede de distribuidores da marca no Chile, onde instalará mais sete unidades. No Brasil, os recursos serão utilizados em desenvolvimento de produtos e atualização tecnológica da sua capacidade de produção e serviços.

Os negócios tiveram desempenho moderado, mas também com alguns resultados positivos. Em caminhões, a Volvo foi a marca que mais cresceu no continente. “Foi um ano difícil. Mas equilibramos nossos resultados na região, crescendo na América Latina e fazendo a lição de casa no Brasil”, declara Wilson Lirmann, presidente do Grupo Volvo América Latina. “Mantivemos em 2016 nossa posição de liderança em segmentos importantes, mesmo num ambiente econômico muito difícil e de forte retração. Mantemos nossa confiança no mercado e continuamos investindo”, reforça Lirmann.

De acordo com o presidente, mineração é um mercado importante para a Volvo e a recente valorização dos preços de minério de ferro e cobre, por exemplo, permite a reativação de projetos e aumenta a demanda por transporte. A marca tem presença forte no Peru, onde mais de 40% das vendas são justamente para mineração. No Chile, onde a Volvo planeja expandir sua rede, as novas unidades serão instaladas na região Norte, próximas das mineradoras.

Embora até o ano passado o mercado de mineração tenha apresentado modesta contribuição nas vendas de caminhões, ficando na casa de 2% a 3%, a expectativa é que esse número aumente para 10% a 15%, de acordo com Bernardo Fedalto, diretor de Caminhões Volvo no Brasil, Paraguai, Bolívia e Uruguai.

Fedalto explica que a recente introdução da sexta geração da caixa automatizada I-Shift nos caminhões rodoviários vocacionais, faixa na qual a Volvo inclui a mineração, deve acelerar o crescimento dessa participação. A versão anterior da caixa não apresentava o desempenho desejado nesse tipo de aplicação, mas com o lançamento realizado no ano passado a Volvo terá novamente foco nesse mercado e deverá ter expressiva representatividade, como já ocorre nos segmentos de madeira e cana. A sexta geração da caixa de câmbio eletrônica I-Shift já equipa praticamente 100% dos caminhões pesados fabricados no Brasil. 

Outro fator que deve estimular as vendas de caminhões para a mineração é o fato da Tracbel ter começado a oferecer na região Norte do País um portfólio completo da marca, incluindo caminhões, máquinas e até os motores da Volvo Penta. A possibilidade de fornecer um conjunto completo de soluções para as mineradoras é um forte diferencial, de acordo com Fedalto.

Motores industriais

A utilização dos motores da Volvo Penta no bombeamento para extração de areia surpreendeu a empresa, que agora tem importante desempenho nas aplicações industriais. “O salto no segmento industrial nos últimos dois anos foi grande”, diz Gabriel Barsalini, presidente da Volvo Penta South America. Em 2013, quase a totalidade (95%) das vendas da Volvo Penta estavam direcionadas para motores náuticos de lazer e de trabalho. Atualmente, 40% dos motores da marca comercializados no continente são atividades industriais.

Para isso, além desses novos usos para os motores, que inclui aplicações inusitadas como na criação de camarões e plantações de bananas, a marca reforçou suas parcerias com os montadores de geradores. Embora a crise econômica tenha segurado a demanda de energia, a marca quer estar preparada para a retomada.

A empresa vem investindo fortemente para aumentar sua participação na área de motores industriais, voltados para geração de energia em instalações comerciais e industriais, no agronegócio, na construção e na mineração. Somente no Brasil este segmento consome anualmente cerca de 17 mil unidades.

Para aumentar sua competitividade e expandir essa operação, a Volvo Penta nacionalizou recentemente o motor D13, de 13 litros. Fabricado em Curitiba (PR), o D13 brasileiro é um crescente sucesso e já representa 80% das vendas dos motores da marca deste porte no País.

Este ano a previsão é lançar novos produtos, como o motor D16, de 800kva, destinado também para grupos geradores de energia, que será apresentado na prestigiosa feira Middle East Electricity (MEE), realizada em Dubai.

Números

A Volvo encerrou 2016 na liderança brasileira do segmento de caminhões pesados no Brasil, com 27,9% de market share. É a terceira vez consecutiva que a empresa lidera este mercado. A Volvo também foi a marca que mais cresceu no setor de caminhões na América Latina nos últimos nove anos.  No ano passado, as exportações cresceram 30% e representaram 42% do total de vendas de caminhões no continente. 

“A exportação sempre foi um dos pilares dos negócios do Grupo Volvo na América Latina. Por este motivo, estávamos preparados para aproveitar as oportunidades de negócios nos outros países”, afirma Lirmann.