CSN: investimento no processamento de minério sem barragens até o final de 2019 e aumento de produção

Dados constam do relatório referente ao primeiro semestre do ano, divulgado pela empresa

Por Conexão Mineral 02/08/2019 - 15:00 hs
Foto: CSN

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) divulgou os resultados relacionados ao primeiro semestre de 2019. Leia a seguir alguns trechos do relatório divulgado pela empresa, no qual se destacam, por exemplo, o investimento para que o processamento do minério seja realizado sem a necessidade de utilização de barragens até o final do ano, e o crescimento da produção de minério de ferro no segundo trimestre.

Investimentos

Foram investidos R$461 milhões no 2T19, aumento de 47% em relação ao primeiro trimestre, em função de investimentos relacionados à parada programada do Alto Forno #3 na Siderurgia e às plantas de filtragem de rejeitos na Mineração, que proporcionarão ganhos de eficiência na produção de aço e processamento de 100% da produção sem a necessidade de utilização de barragens no final de 2019, respectivamente.

Resultado da Mineração da CSN

No 2T19, confirmou-se a percepção de um equilíbrio apertado de oferta e demanda. Enquanto a produção siderúrgica chinesa seguiu acelerando com crescimento trimestral de 14%, a oferta já comprometida após o acidente em Brumadinho foi fortemente impactada por chuvas no Norte do Brasil e por um ciclone na Austrália. Nesse contexto, o minério encerrou o 2T19 com média de US$100,1/dmt (Platts, Fe62%, N. China), alta de 21% em relação ao 1T19.

Quanto ao frete marítimo, a Rota BCI-C3 (Tubarão-Qingdao) atingiu média de US$15,55/wmt no 2T19, aumento de 11,6% em relação ao trimestre anterior, influenciado pelo gradual aumento nos embarques.

• No 2T19, a produção de minério de ferro da CSN somou 8,3 milhões de toneladas, 23% superior ao mesmo trimestre do ano anterior, impulsionada pelas operações de filtragem e ganhos de produtividade. As compras de minério de ferro atingiram 1,8 mil toneladas no 2T19, aumento de 17% frente ao 1T19.

• Vendas de 10,1 milhões de toneladas de minério de ferro no 2T19, 25% acima das registradas no 2T18, sendo 1,1 milhão de toneladas vendidas para a Usina Presidente Vargas e o restante distribuído no mercado asiático e europeu.

• No 2T19, a receita líquida da mineração alcançou R$3.091 milhões, 49% acima da registrada no trimestre imediatamente anterior, em função da maior realização de preço (+20%) e do maior volume de vendas (+14%). A referência de preço Platts 62 atingiu US$100,1/dmt, alta trimestral de 21%. Por sua vez, o preço realizado CIF+FOB foi de US$84,7/wmt, alta de 20% em relação ao período anterior.

• O custo dos produtos vendidos da mineração totalizou R$1.133 milhões no 2T19, aumento de 30% em relação ao 1T19, devido a maior produção de minério de ferro e compra de minério de terceiros.

• A margem EBITDA atingiu 65,4% no 2T19, ou 4,8p.p. acima do 1T19, enquanto o EBITDA atingiu R$2.021 milhões no 2T19, 61% superior ao 1T19 em função do maior preço realizado e volume vendido, proporcionando elevação considerável no EBITDA/ton de R$142/ton (1T19) para R$199/ton (2T19).

Resultado da Siderurgia da CSN

Segundo a World Steel Association (WSA), a produção global de aço bruto no segundo trimestre de 2019 totalizou 478 milhões de toneladas (Mton), ou 9,0% superior em relação ao trimestre anterior. A Ásia produziu 345 Mton no mesmo período de 2019, 12% superior ao primeiro trimestre de 2019, enquanto a União Europeia cresceu 1,3% e a América do Norte decresceu 0,3%, ambos na mesma base de comparação.

De acordo com dados do Instituto Aço Brasil (IABr), no segundo trimestre de 2019 as vendas internas no mercado brasileiro chegaram a 4,6 milhões de toneladas, aumento de 3,28% na comparação com o período anterior. O consumo aparente atingiu 5,2 milhões de toneladas no 2T19, expansão de 4,62% em relação ao trimestre anterior. A produção brasileira de aço bruto alcançou 8,6 milhões de toneladas, variação positiva de 2,73% em relação trimestre anterior.

• No 2T19, a produção de placas pela CSN somou 856 mil toneladas, 3% maior frente ao 1T19 mas em nível ainda baixo em função da parada para manutenção e reformas programadas. Nesse período, foram consumidas 68 mil toneladas de placas de terceiros para manter a produção de laminados.

• No 2T19, as vendas totais atingiram 1.161mil toneladas, estável quando comparada às registradas no 1T19, em função principalmente do atraso na recuperação econômica esperada para o primeiro semestre do ano. 

• No 2T19 o volume de aço comercializado no mercado interno somou 771 mil toneladas, 5% inferior ao 1T19. Segundo os dados do INDA (Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço) no acumulado de janeiro a maio, as compras pela distribuição registraram aumento de 0,3% na comparação com o ano anterior. As importações encerraram no período acumulado com alta de 2,5% em relação ao mesmo período de 2018, com volume total de 523,8 mil toneladas. 

• No mercado externo, as vendas do 2T19 somaram 390 mil toneladas, 7% superior às realizadas no trimestre imediatamente anterior, sendo que a comparação com o 2T18 fica prejudicada pela venda da planta em Terra Haute. Neste período, 21 mil toneladas foram exportadas de forma direta e 369 mil toneladas foram vendidas pelas subsidiárias no exterior, sendo 73 mil toneladas pela LLC, 203 mil toneladas pela SWT, 93 mil toneladas pela Lusosider. 

• No 2T19 a CSN manteve o alto nível de participação de produtos revestidos no volume de vendas totais, seguindo a estratégia de incremento de valor agregado do seu mix de produtos. As vendas de revestidos como galvanizados e folhas metálicas, representaram 51% do volume de vendas de aços planos, considerando todos os mercados em que a Companhia atua. No mercado interno, a participação de produtos revestidos das vendas de aços planos aumentou, passando de 41% no 1T19 para 43% no 2T19.

• A receita líquida na Siderurgia atingiu R$3.660milhões no 2T19, 2% superior ao 1T19. Isso se deu pelo aumento de preços e leve melhora no mix de vendas, mesmo diante do cenário desafiador. No mercado interno, os preços médios do aço plano ficaram 3,5% maiores contra o trimestre anterior.

• O custo dos produtos vendidos no 2T19 apresentou aumento de 5% quando comparado ao 1T19, somando R$3.380 milhões, devido principalmente a menor produtividade do Alto Forno #3.

• O custo de produção da placa no 2T19 atingiu R$2.201/t, 6,8% superior ao registrado no 1T19 com maiores gastos com minério de ferro devido ao forte aumento de preço no período, mas também pelas questões relacionadas a parada programada do AF#3 que reduziram a produção de placas e aumentaram o consumo de redutores.

• O EBITDA ajustado atingiu R$225 milhões no 2T19, montante 34% inferior ao obtido no 1T19, levando a margem EBITDA no 2T19 a 6,2%. Os ganhos de eficiência esperados após a parada programada do AF#3 devem ser observados parcialmente a partir do 3T19 e integralmente no 4T19, retornando a rentabilidade da unidade de negócio a seu padrão histórico.

Resultado Consolidado CSN

• A receita líquida no 2T19 totalizou R$ 6.901milhões, sendo 21% e 15% superior ao auferido no 2T18 e 1T19, respectivamente. O forte crescimento se deu principalmente pela melhora no desempenho da mineração.

• No 2T19, o custo dos produtos vendidos somou R$4.442 milhões, 8% e 10% superior ao 2T18 e 1T19, respectivamente. Em comparação ao 1T19, a siderurgia apresentou aumento nos custos em função do fim da campanha do AF#3, enquanto a mineração apresentou evolução no CPV pelo incremento do volume comercializado.

• No 2T19, o lucro bruto totalizou R$2.458 milhões, aumento de 24% em relação ao 1T19. A margem bruta subiu 2,6p.p. frente a registrada no 1T19, passando para 35,6% no 2T19, devido a melhora de performance principalmente na mineração, mas positiva também na logística, energia e cimento.

• No 2T19, as despesas gerais e administrativas totalizaram R$126 milhões, com diluição de 2,0% (1T19) para 1,8% (2T19) da receita líquida. Já as despesas com vendastotalizaram R$426 milhões, ou 6,2% da receita líquida, patamar 3,4p.p. abaixo da registrada no 1T19 (9,5% da receita líquida) por conta da eficiência na contratação de frete nos embarques do período.

• No 2T19, a conta de outras receitas (despesas) líquidas atingiu valor negativo de R$802 milhões advindo principalmente de itens não caixa, como: (i) da desvalorização das ações da Usiminas; (ii) das despesas de realização do hedge accounting.

• No 2T19, o resultado financeiro líquido foi negativo em R$358 milhões, bem abaixo do 1T19 em função da variação cambial com efeito positivo no resultado. As despesas financeiras (ex-variação cambial) permaneceram estáveis em relação ao trimestre anterior, atingindo R$641MM, afetadas pelas despesas com recompra de bonds.

• O resultado de equivalência patrimonial foi positivo em R$29 milhões no 2T19, frente ao valor positivo de R$26 milhões registrado no 1T19, resultado melhor em função do desempenho da MRS e TLSA.

• No 2T19, a Companhia registrou lucro líquido de R$1.894 milhões, frente ao lucro líquido de R$87 milhões registrado no 1T19, principalmente em função da reversão da provisão de IR/CS diferido em linha com a perspectiva de rentabilidade futura em aproximadamente R$1.615MM.

• O EBITDA ajustado atingiu R$2.380 milhões no 2T19, versus R$1.724 milhões no primeiro trimestre, evolução de 38% devido a maior contribuição do segmento de mineração, enquanto a margem EBITDA ajustada atingiu 33,5%, ou 5,8p.p. superior na mesma base de comparação.

• No 2T19, a geração de caixa operacional, medida pelo Fluxo de Caixa Livre, ficou positiva em R$856MM, influenciada pela estabilidade no capital de giro e excelente performance do EBITDA no período trimestral.

Fonte: CSN