Rompimento de barragem em Brumadinho afetou o desempenho do PIB

Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) analisou as contas nacionais divulgadas pelo IBGE

Por Conexão Mineral 30/05/2019 - 18:39 hs
Foto: IBGE-IPEA

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) publicou o documento Atividade econômica: desempenho do PIB, após analisar as contas nacionais divulgadas pelo IBGE nesta quinta-feira (30/5). O Produto Interno Bruno (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no País e serve para medir a evolução a economia, registrou queda de 0,2% no primeiro trimestre de 2019 em relação ao quarto trimestre de 2018, livre de efeitos sazonais. O resultado confirma a piora recente do cenário macroeconômico. Essa foi a primeira variação negativa desde o quarto trimestre de 2016. A indústria extrativa mineral apresentou desempenho negativo, com queda de 3% no primeiro trimestre de 2019, influenciada principalmente pela tragédia em Brumadinho (MG).

O documento produzido pelo Grupo de Conjuntura do IPEA estima que o resultado para a indústria extrativa mineral como um todo seja de crescimento nulo em 2019, caso o volume de produção de minério se mantenha constante na média do primeiro trimestre deste ano e que a produção de petróleo e gás aumente 7% no ano.  Caso não tivesse ocorrido o problema nas barragens, estima-se que o crescimento poderia ser de 3,2% no ano. A diferença de 3,2% para 0% representa uma perda de 0,1 p.p. para o resultado anual do PIB.

De acordo com os pesquisadores, a ruptura da barragem da Vale em Brumadinho, no final de janeiro, impactou negativamente a produção de minério de ferro no trimestre, reduzindo as perspectivas para o resultado do ano. Além disso, as chuvas acima do normal no Maranhão atrapalharam o transporte do material. Porém, esse efeito é temporário e deve ser revertido nos próximos períodos.

O estudo sugere ainda um ritmo de crescimento mais lento da economia ao longo de 2019. De acordo com projeções dos pesquisadores, caso permaneça estagnado nos próximos três meses, o PIB fechará o ano com alta de 0,2%.