Funcionários da Sama entram em licença não remunerada enquanto aguardam decisão do STF

Por Conexão Mineral 12/03/2019 - 10:11 hs
Foto: Sama
Funcionários da Sama entram em licença não remunerada enquanto aguardam decisão do STF
Vila da mineradora Sama em Minaçu, Goiás

Desde segunda-feira (11/3) os funcionários da  mineradora Sama, do Grupo Eternit, estão em licença não remunerada pelo período de 15 dias. A decisão foi aprovada por maioria em assembleia geral convocada pelo sindicato dos trabalhadores de Minaçu (GO), na sexta-feira passada. As atividades de produção e exportação da mina de amianto crisotila de Cana Brava estão paralisadas desde o último dia 11 de fevereiro, por determinação judicial.

A empresa continua aguardando manifestação do Supremo Tribunal Federal (STF). A Sama aguarda a  autorização para continuar a explorar amianto crisotila na região ou, caso não seja concedida, pede no mínimo 10 anos para o correto fechamento da mina e busca de uma alternativa economicamente viável para a cidade, que hoje tem forte dependência da mineração.

"A indefinição sobre o futuro da mina preocupa toda a população de Minaçu, que depende economicamente dessa atividade. Os funcionários da mina ficaram 15 dias em férias coletivas, até o dia 6, e agora teve que ser tomada essa nova decisão pela suspensão dos contratos de trabalho por mais 15 dias. Foi a melhor forma que encontramos com a empresa para evitar o pior", diz Adelman Araújo Filho, presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Minaçu. Ele explica que toda a comunidade está na expectativa para que o Tribunal se manifeste rapidamente. "Havendo uma liminar favorável do STF durante o período de licença, os trabalhadores já estão avisados que serão convocados para retomar as atividades, o que seria o melhor cenário".

Segundo o presidente do Grupo Eternit, Luís Augusto Barbosa, caso a indefinição perdure nos próximos dias, existe um grande risco de descontinuidade das operações da mina de forma irreversível, pelo descumprimento dos contratos firmados com os clientes do mercado internacional. "Assim como a empresa, os trabalhadores e a população, os clientes também estão em compasso de espera. Não podemos manter essa situação de paralisação por muito mais tempo, é inviável financeira e comercialmente. Já não estamos cumprindo contratos assinados", afirma Barbosa.

Desde o início deste ano, toda a produção da mina – de 120 mil toneladas anuais de amianto crisotila – foi direcionada à exportação e atende clientes em dezenas de países, tais como Estados Unidos, Alemanha, Índia, Indonésia, Malásia, onde o produto é permitido para construção civil e aplicações industriais.

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