CPRM apresentará mapas de favorabilidade no PDAC 2019, que será realizado no Canadá

Por Conexão Mineral 28/02/2019 - 11:31 hs
Foto: CPRM

Realizado todo mês de março em Toronto, o PDAC é o principal evento mundial da indústria de exploração e desenvolvimento mineral. Nesta edição, o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) vai apresentar para público formado por 1.000 expositores, 3.495 investidores e mais de 25.000 participantes de 135 países, mapas de favorabilidade (knowledge driven) de áreas potenciais de diversas províncias minerais brasileiras. Também serão divulgadas informações sobre os principais ativos minerários da empresa. O objetivo é expor o efetivo potencial mineral do Brasil e as melhores oportunidades minerais para investimento, com dados concretos, em parte expostos nos mapas de favorabilidade, além de informações provenientes das áreas do Patrimônio Mineral para o investidor internacional. O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e o diretor-presidente da CPRM, Esteves Pedro Colnago, participarão da delegação brasileira no PDAC.

De acordo com o chefe do Departamento de Recursos Minerais da Diretoria de Geologia e Mineração (DGM), Marcelo Esteves Almeida, o objetivo da delegação da CPRM no PDAC deste ano, além de divulgar o potencial mineral do Brasil no exterior, é se manter atualizada sobre a indústria mineral em escala global e suas tendências atuais. “No maior evento da indústria mineral pretendemos estar cada vez mais sintonizados com os anseios dos investidores do setor, o que permitirá o aperfeiçoamento das futuras políticas de projetos da CPRM, no curto e no médio prazos”, explica Almeida.

Os mapas de favorabilidade de áreas selecionadas foram desenvolvidos especialmente para o evento, tendo por base informações geológicas consideradas relevantes para a gênese de depósitos minerais, expressas em forma de feições geológicas georreferenciadas. A estas informações foram atribuídos graus de relevância (ou pesos) para o sistema como um todo. Após essa análise espacial chegou-se ao mapa de áreas mais favoráveis para hospedar depósitos.

Entre os mapas que serão divulgados estão distritos minerais importantes como Carajás (Ouro, Lineamento Cinzento), Noroeste do Ceará (Cu-Pb-Zn e IOCG), Sudeste do Amazonas (Ouro, Distrito do Juma), Nova Brasilândia (Cu-Pb-Zn-Au, Rondônia), Cinturão Gurupi (Ouro, Maranhão), Renca (Ouro, Amapá-Pará), todos com escalas variando de 1:100.000 a 1:250.000.

Além disso, será apresentado também um first approach para mapas de favorabilidade em escala continental, mostrando a potencialidade mineral para vários elementos, como lítio, cobre, ouro, níquel-cobalto, grafita e chumbo-zinco, em diversos ambientes geológicos do Brasil, a partir da análise do banco de dados GeoSGB. O produto foi elaborado pela equipe da Divisão de Geologia Econômica, chefiada por Felipe Mattos Tavares, e os executores foram Rafael Bittencourt Lima (SP) e Debora Rabelo Matos (Rio).

De acordo com o coordenador executivo na DGM, Marcio José Remédio, como o PDAC é reconhecido como o principal evento para busca de investidores, a CPRM vai concentrar esforços para destacar o potencial das áreas com direitos minerários pertencentes à empresa. “Além dos eventos tradicionais como o Brazilian Mining Day, estaremos no estande para orientar e dar mais informações, com divulgação de material impresso, pendrive com quase 8GB com dados dos ativos e publicações da DGM em 2017-2018, nas sessões técnicas, cursos de curta duração e eventos de networking”, relatou Remédio. 

Lítio, cobalto, grafita e terras raras

O Serviço Geológico do Brasil tem atuado para ampliar o conhecimento geológico do país, especialmente para atender a demanda crescente por minerais tecnológicos para produção de baterias, smartphones e carros elétricos. Diversos projetos específicos em desenvolvimento na DGM têm tido a missão de identificar áreas com alto potencial, em especial para lítio, cobalto, grafita e terras raras. Outros projetos, desenvolvidos em áreas de relevante interesse mineral, tem apontado potencial para cobre, zinco e chumbo, além de ouro e outras substâncias importantes.

A mineração é responsável por cerca de 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB), pela geração de mais de 2,2 milhões de empregos diretos e indiretos e por quase 12% de todas as exportações brasileiras. De acordo com a empresa de consultoria KPMG, estima-se que os empreendimentos do setor no Brasil se mantenham neste ano, ou seja, mesmo com a tragédia de Brumadinho, mineradoras estrangeiras devem manter interesse no potencial mineral do País.

Monitoramento do rio Paraopeba

De acordo com a CPRM, a empresa tem atuado de forma proativa em relação à mitigação dos impactos da mineração e na promoção do desenvolvimento sustentável. O processo de monitoramento físico-químico das águas e dos sedimentos do rio Paraopeba, além da avaliação das consequências da pluma de contaminação decorrente do rompimento da barragem evidenciou a qualificação técnica e a capacidade de resposta rápida frente às demandas.

A empresa tem desenvolvido também projetos focados na reutilização dos rejeitos (“rejeito zero”), viabilizando formas de mineração sustentável (BioCobalto, Inventário Mineral da Província Estanífera de Rondônia e Rochagem). Essa já é uma tendência atual e que irá dominar o mundo da mineração no futuro. O trabalho de recuperação da Bacia Carbonífera de Santa Catarina é outro bom exemplo.