Lipari: processo na mina de diamantes Braúna dispensa barragem de rejeitos

Mais de 95% da água utilizada no beneficiamento de minério é reciclada

Por Conexão Mineral 30/01/2019 - 12:04 hs
Foto: Lipari Mineração
Lipari: processo na mina de diamantes Braúna dispensa barragem de rejeitos
Processo adotado pela Lipari na mina Braúna utiliza espessador e centrífuga

Sistema utilizado pela primeira mina de diamantes em fonte primária da América do Sul, de propriedade da Lipari Mineração, localizada em Nordestina (BA), permite dispor rejeitos finos em pilha e reciclar mais de 95% da água utilizada no processo de beneficiamento de minério.

Em recente comunicado de pesar pelo ocorrido em Brumadinho (MG), a mineradora explica como funciona o seu processo de beneficiamento, que utiliza equipamento fornecido da Flottweg.

Estado de alerta para o setor mineral

"A Lipari Mineração lamenta profundamente pela tragédia ambiental e humana que recentemente abateu Brumadinho (MG) após o rompimento de uma barragem de rejeitos de mineração e se solidariza com todos os envolvidos, direta e indiretamente, neste triste e irreparável fato. Esse grave episódio juntamente com o similar ocorrido não tão distante em Mariana (MG) impõem o estado de alerta ao setor mineral para rever e inovar os seus processos produtivos e construir uma nova era para uma mineração mais moderna, segura e responsável. Uma etapa que deve, urgentemente, evoluir da reflexão pós-luto para a prática. Para tranquilizar as comunidades do entorno da Mina Braúna e a sociedade brasileira, reiteramos que não há barragem de rejeitos em nossa operação, o que exclui radicalmente o risco de acidentes semelhantes aos ocorridos nas duas cidades mineiras", afirma a mineradora.  

A Lipari informa que desde o início de suas operações em julho de 2016, a mina Braúna implementou tecnologia de centrifugação no desaguamento dos rejeitos finos para disposição em pilha, eliminando as tradicionais barragens de rejeito. O processo – que alia espessador e centrífuga –, transforma os rejeitos finos (lama) numa “areia”, possibilitando que a mesma seja transportada por caminhão e depositada com resíduos de rocha (rejeito mais grosso) em pilha próxima à cava da mina de forma ambientalmente segura.

"A solução, inédita no país, ainda possibilita a reciclagem de mais de 95% da água de processo, reduzindo o consumo de água nova da captação do rio local. O beneficiamento do minério não utiliza produtos químicos e o material com baixa umidade produzido é inerte, ou seja, não é prejudicial à saúde de pessoas e ao meio ambiente. Diante do exposto, pode-se afirmar que os resultados do emprego dessa tecnologia estão diretamente associados às premissas da sustentabilidade ao passo que minimiza os impactos e assegura a redução de risco de acidentes ambientais, além de menor custo de construção e manutenção quando comparada com a barragem de rejeito", conclui.